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Paralimpíada de Tóquio-2020: confira tudo que você precisa saber sobre a competição

Evento começa nesta terça-feira, dia 24. Cerimônia de abertura será realizada às 8h (horário de Brasília), enquanto disputas têm início às 21h, também no horário brasileiro

23 ago 2021 - 15h01
(atualizado às 22h39)
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Começa nesta terça-feira a Paralimpíada de Tóqui0-2020, com a cerimônia de abertura no Estádio Nacional do Japão. A festa será às 8h da manhã (horário de Brasília), enquanto as primeiras disputas competitivas começam às 21h, também no horário brasileiro. O evento esportivo vai até o dia 5 de setembro, com o Brasil tentando se colocar entre os primeiros no quadro de medalha.

Depois do sucesso da Olimpíada, chegou a vez da Paralimpíada brilhar. As expectativas são altas para o Time Brasil. Há muita preocupação em relação ao crescimento da pandemia de covid-19 no país. No mesmo dia, começam as disputas esportivas. Lembrando que o fuso horário é de 12 horas. Haverá disputas na madrugada, no começo da manhã e no no ínício da noite no Brasil. A cerimônia de abertura, assim como a da Olimpíada, deve ser reduzida, com as delegações tendo certo limite para o número de pessoas que irão desfilar. Os porta-bandeiras do Brasil serão Petrúcio Ferreira (atletismo) e Evelyn Oliveira (bocha), ambos medalhistas de ouro na Rio-2016. No mesmo dia, já começam algumas modalidades nas quais o Brasil tem expectativa de medalha, como a natação e o goalball, no período da noite do horáro de Brasília.

Como assistir?

As competições terão transmissão pela TV Brasil e em três canais do SporTV, além de algumas que devem ser transmitidas na Globo, como o futebol de 5. Assim como na Olimpíada, a maior parte ocorrerá no período entre 19h e 12h do dia seguinte.

Quais esportes estão na Paralimpíada?

Ao todo, serão 22 esportes na capital japonesa: atletismo, badminton, basquete em cadeira de rodas, bocha, canoagem, ciclismo (estrada e pista), esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, goalball, hipismo, judô, levantamento de peso, natação, remo, rugby em cadeira de rodas, tae kwon do, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro, tiro com arco, triatlo e voleibol sentado. Desses, dois são novidades em relação a Paralimpíada do Rio-2016: taek won do e badminton.

O que são as classes?

As classes são as classificações dos atletas, baseadas nos tipos de deficiências que eles possuem (visual, física e intelectual). São compostas de letras (siglas) que se referem à modalidade ou à deficiência e números que indicam o grau de comprometimento (e quanto menor a numeração, menor a funcionalidade do atleta). Os atletas com deficiência intelectual só competem na natação (S14) e no atletismo (T20).

Quais as expectativas para o Brasil?

O Time Brasil enviou sua maior delegação em uma edição fora do País, com o total de 260 atletas. A expectativa do Comitê Paralímpico Brasileiro é de permanecer no top 10 do quadro de medalhas, assim como nas últimas três edições, e alcançar o 100º ouro brasileiro (são 87 até o momento).

Qual a orgiem da Paralimpíada?

Apesar de competições para pessoas com deficiência ocorrerem desde o século XIX, foi a Segunda Guerra Mundial que deu maior impulso, com o uso das mobilidades para reabilitação de soldados e civis. Em 1944, o médico neurologista Ludwig Guttmann abriu um centro de reabilitação no Hospital de Stoke Mandeville, na Inglaterra, a convite do governo britânico. O esporte, que era uma atividade de recreação e reabilitação, acabou passando a ser uma atividade competitiva. Londres recebeu os Jogos Olímpicos em 1948 e Guttmann resolveu, no dia da cerimônia de abertura, realizar uma competição de tiro com arco e batizou a atividade de Jogos de Stoke Mandeville. Esse foi o embrião dos Jogos Paralímpicos, que foram oficializados em 1960, em Roma, com a participação de 400 atletas em oito modalidades. Desde 1988, a Olimpíada e a Paralimpíada ocorrem na mesma sede.

Quais entidades regem o esporte paralímpico?

O Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) coordena as modalidades paralímpicas, assim como o Comitê Olímpico Internacional (COI) faz com as olímpicas. O órgão é presidido pelo brasileiro Andrew Parsons desde 2017. No Brasil, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é quem organiza o esporte, e é presidido por Mizael Conrado.

Por que se usa o prefixo 'para'?

O prefixo 'para' vem de 'paralelo', ou seja, 'ao lado de'. É um símbolo de como as Paralimpíadas existem ao lado das Olimpíadas e os movimentos progridem juntos.

Qual é o símbolo paralímpico?

São os três "agitos" (palavra em latim que significa 'eu me movimento'), que são representados por três pinceladas nas cores azul, amarelo e vermelho.

Quantos atletas vão competir em Tóquio?

A Paralimpíada de Tóquio terá um número ligeiramente menor em relação aos Jogos do Rio-2016: serão 4.400 atletas, ante 4.500 da competição anterior. A principal causa da redução é a pandemia de covid-19.

Time de Refugiados

Pela primeira vez, os Jogos Paralímpicos terão um time de refugiados, assim como os times olímpicos que competiram no Rio e em Tóquio. Seis atletas estão no time, sendo três da Síria, um do Burundi, um do Irã e um do Afeganistão. O gesto também é uma homenagem a Ludwig Gutmann, considerado o pai do paradesporto - judeu polonês, ele se refugiou na Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial.

Estreias e primeiras medalhas brasileiras

O Brasil estreou nos Jogos Paralímpicos na edição de 1972, que ocorreu em Heidelberg, na Alemanha Ocidental. As primeiras mulheres brasileiras competiram na edição seguinte, em 1976, em Toronto, no Canadá. Na mesma edição em que o Brasil conquistou a primeira medalha, a prata de Robson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos da Costa no lawn bowls, uma modalidade parecida com a bocha. As primeiras medalhas femininas foram de ouro no atletismo nos Jogos de 1986: 200m C6, prata nos 1.000m cross country C6 e bronze nos 60m C6.

Quem são os recordistas paralímpicos?

Os dois maiores medalhistas brasileiros das Paralimpíadas tem mais de uma dezena de pódios: Daniel Dias possui 14 ouros, sete pratas e três bronzes na natação e competirá em Tóquio, enquanto Ádria Santos, que competiu entre 1988 e 2008, tem quatro ouros, oito pratas e um bronze.

Estadão
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