'Foi incompleta a Olimpíada, eu treinei para conseguir a medalha', desabafa Cachorrão
Guilherme Costa não conquistou medalhas nos Jogos de Paris, mas fez história com seus resultados; confira entrevista exclusiva ao Terra
Foi difícil não se emocionar com os registros do nadador Guilherme Costa, o 'Cachorrão', após a final dos 400m livres, nos Jogos Olímpicos de Paris. O tempo final de 3m42s76 não foi suficiente para levá-lo ao pódio, mas o fez bater o recorde americano da modalidade – e ficar a 26 centésimos do bronze.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
"Foi um baque muito grande, porque eu não pensei nisso em nenhum momento. Na minha preparação inteira, eu tinha certeza que eu ia sair aqui com a medalha. Então, foi um baque muito grande ver o tempo e ver que não foi suficiente para a medalha", contou o atleta em entrevista exclusiva ao Terra.
A disputa dos 400m livres aconteceu na tarde de sábado, 27. No mesmo dia, a comissão técnica da Seleção Brasileira decidiu que ele não nadaria a prova dos 200m livres para focar na competição dos 800m. Porém, na segunda-feira, 29, ele não se classificou para a final nesta última modalidade e se despediu dos Jogos longe do pódio.
Apesar de terem sido dias de muito choro, Cachorrão contou á reportagem que segue confiante para os Jogos Olímpicos de 2028, que serão realizados em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Confira a entrevista completa, feita pelos correspondentes do Terra em Paris, Aline Küller e Luiz Pavão, transmitida no programa Paris É Delas, nesta quarta-feira, 31.
Bom, Cachorrão, qual é a sua avaliação da sua Olimpíada? Como você classifica?
Então, o meu resultado eu achei muito bom. A marca, o tempo que eu queria fazer. Foi muito bom eu conseguir fazer isso. Não foi suficiente para a medalha, então eu sinto que foi incompleta a Olimpíada para mim porque eu treinei para conseguir a medalha. Treinei para vencer a prova. E é muito duro ter ficado por pouquinho assim de vencer.
Saber que o tempo que você fez era tempo de ouro em Tóquio, dói um pouco mais?
É, dói bem mais... Acho que não só isso. Acho que o que dói mais é saber que o tempo seria medalha em todas as Olimpíadas passadas. Foi a primeira Olimpíada que não foi medalha, então dói um pouquinho mais. Mas, por outro lado, é bom porque eu sei que a minha marca foi muito forte e que se eu continuar assim eu tenho tudo para em Los Angeles [próxima Olimpíada] e conseguir a medalha.
Quando você saiu da piscina estava muito abalado, ainda não tinha muita dimensão do que tinha acontecido. Você chorou bastante, principalmente na hora que você abraçou o seu técnico. Como foi esse pós-prova? Como foi essa noite? Você conseguiu dormir depois daquela prova?
Nossa, não, eu dormi, não consegui. Os meus últimos 50 metros, depois olhando, eu vi que não foi tão ruim assim. Acho que foi o melhor final da prova, inclusive o último 50 metros. Mas eu queria um pouquinho mais no último 50 metros porque é sempre onde eu tiro a diferença. Eu acho que foi um baque muito grande para mim. Normalmente eu sou um pouco mais frio, assim, é difícil demonstrar emoção. Só que quando eu virei o último 50 e eu vi a posição que eu estava.. eu sabia que eu poderia fazer o último 50 metros, eu fiquei com uma expectativa muito grande. Eu vi que dava tranquilamente para eu chegar em segundo e talvez até em primeiro. Então, quando eu toquei na parede e vi que não tinha dado a medalha… Foi um baque muito grande porque eu não pensei nisso em nenhum momento, na minha preparação inteira eu tinha certeza que eu ia sair aqui com a medalha.