Inclusão, estilo de vida: b-girls defendem o breaking como modalidade das Olimpíadas
Dançarinas veem essa mudança como uma forma de validar e valorizar essa expressão cultural
A inclusão do breaking nas Olimpíadas representa uma nova era de visibilidade e, para artistas e atletas, irá mudar a forma de validar e valorizar essas expressões culturais. Os Jogos Olímpicos de Paris serão marcados pela estreia dessa nova modalidade esportiva.
Paris É Delas é o programa oficial do Terra com os principais acontecimentos dos Jogos de Paris, oferecido por Vale. Assista aqui no Terra.
Durante participação no programa Paris É Delas, Yanka, b-girl que vive do break, comentou a polêmica que envolve a transformação do breaking em esporte.
"Na minha visão é mais uma forma de você fazer aquilo que você ama, por mais que vai ter uma cobrança maior, porque o artista tem mais liberdade", disse ela, ressaltando que, apesar das mudanças que a prática esportiva impõe, como disciplina alimentar e treinamento rigoroso, o breaking sempre foi competitivo por natureza. "O breaking nasceu competitivo, sempre querendo ser o melhor", afirmou.
Para ela, a transformação do breaking em esporte é apenas uma nova faceta dessa arte, sem cancelar sua essência artística.
"O breaking é um estilo de vida... indo para o esporte e mais além", acrescentou a b-girl Grace Kelly, que agora espera mais portas abertas para as mulheres da modalidade.
Grace destacou que a visibilidade trazida pelo esporte ajuda a combater estereótipos de gênero no breaking, mostrando que as mulheres podem expressar sua feminilidade enquanto competem.
"Vamos ocupar esses espaços, verdadeiramente", afirmou, enfatizando a importância de trazer o breaking para o palco mundial dos esportes.
Amanda Pankill, uma grafiteira veterana, também vê a inclusão das artes de rua nas Olimpíadas como uma oportunidade de desestigmatizar e popularizar essas formas de expressão.
"A rua é um ambiente hostil, especialmente para mulheres", disse Amanda.
Para ela, ver a arte de rua ganhar visibilidade nas Olimpíadas ajuda a quebrar estereótipos e a trazer conhecimento sobre essas artes para novas gerações. "Populariza mesmo", afirmou.
Essas artistas e atletas veem a inclusão das artes de rua nas Olimpíadas como uma forma de resistência e validação.
"Cada vez mais as pessoas se abrindo um pouco para coisas que não tinham conhecimento e que enxergavam de uma maneira estereotipada", concluiu Amanda.