Raiva pode ser combustível para melhorar performance? Atletas dividem opiniões
No programa Paris é Delas, do Terra, atletas revelam que a raiva pode ajudar atletas a enfrentarem desafios
A raiva pode ser um combustível para melhorar a performance? Para alguns atletas, a resposta é sim. Para outros, a força do amor pode ser mais efetiva nos momentos de pressão. Superar os próprios limites, porém, pode exigir sangue nos olhos.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
No programa Paris é Delas, do Terra, a apresentadora Renata Veneri recebeu nesta quinta-feira, 8, a medalhista olímpica de atletismo Thaissa Presti, a atleta olímpica de remo Fernanda Nunes e Ana Mesquita, ex-atleta de ultramaratona aquática e recordista latino-americana da travessia do Canal da Mancha. Elas compartilharam suas visões sobre o assunto.
Falando sobre o desempenho de Alison dos Santos, o Piu, no atletismo, Thaissa diz que ter 'sangue nos olhos' pode ser benéfico para ele nos próximos desafios do atletismo na Olimpíada de Paris.
Já Ana Mesquita diz que a raiva pode atrapalhar em alguns casos.
"Não me diz muito essa coisa da raiva, assim, em treinos, onde a gente coloca mais intensidade. Eu já tive a experiência de achar, ‘hoje eu vou com raiva e vou nadar melhor’, mas eu acho que eu sou uma que, eu vou mais na força do amor do que da raiva, na força da raiva eu não desempenho bem", respondeu.
Os esportes que exigem mais 'explosão' podem ter a raiva dos atletas como um combustível, na opinião da atleta olímpica de remo Fernanda Nunes, principalmente quando é preciso provar a capacidade.
"A minha prova já entra num misto das duas pontas, o remo trabalha muito o ‘endurance’, mas a gente também precisa ter um bom nível de explosão. Tem dia que realmente funciona mais no 'caramba, que bom que eu tô aqui em cima do meu barco remando e eu quero ver esse negócio pegar muita velocidade'. Eu acho que eu classifiquei na Olimpíada com esse misto", começou.
"Primeiro eu tinha muita raiva do treinador que duvidava muito de mim, então isso de alguma forma me dava, assim, 'cara, vou fazer ele me engolir', e por um outro lado eu tava orgulhosíssima de estar representando o Brasil pela primeira vez, então eu queria aproveitar cada minuto, eu queria ver o barco voar, então já era o amor. Então eu diria que o remo é um misto", contou a atleta do remo.
Renata ressaltou que não é raro ver atletas sendo postos em dúvida, em especial as mulheres. Na opinião de Fernanda, o comportamento é mais comum do que se imagina. A remadora conta que sempre sofreu esse tipo de preconceito, e seu talento e habilidade foi posto em dúvida por diversos treinadores.
"Já não me surpreende tanto, porque eu também nunca tive um biotipo, eu comecei muito nova, eu não tenho um biotipo que um treinador de um clube vá olhar e fala assim, ‘nossa, isso daqui vai ser o futuro do Remo’, nunca estive nesse lugar. Então foi muito sempre na minha dedicação, na minha disciplina e na minha vontade, daquela coisa de colocar na cabeça de que eu vou e eu vou, então sempre passei por esse tipo de situação", relembrou.