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Parisienses veem caos e mudança 'brusca' de rotina durante os Jogos Olímpicos

Moradores da capital francesa relatam aumento nos preços, no trânsito e até pedidos de devolução de apartamento para abrigar estrutura das Olimpíadas

22 jul 2024 - 18h44
(atualizado em 23/7/2024 às 13h01)
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PARIS - Em frente a Torre Eiffel, o cartão postal mais famoso de Paris, além dos arcos olímpicos, uma grande arena foi montada para receber os jogos de vôlei de praia durante os Jogos, que acontecem de 26 de julho a 11 de agosto. A estrutura, porém, agrada mais aos estrangeiros do que aos próprios moradores da capital da França. O motivo? Muitos deles não estão otimistas com o evento, que vai levar mais de 15 milhões de pessoas para as ruas da cidade luz.

Lorena Galeota é italiana e mora em Paris há quatro anos. A professora de 32 anos afirmou que já é possível observar, há semanas, o que as mudanças na cidade podem gerar durante os Jogos — e porque os parisienses, mesmo acostumados com o grande volume de turistas, temem que seja um período de pouco sossego.

"As pessoas estão com medo de que a cidade fique lotada, que as ruas sejam fechadas e que seja difícil chegar ao trabalho. Esse é um tipo de problema com o qual os parisienses têm que lidar, mas acho que para as Olimpíadas isso será em uma escala maior", diz Lorena.

De acordo com Orane, algumas outras medidas, que também partem do governo, encorajam que as empresas adotem o home office no período ou que adaptem o período de férias para a duração dos jogos - na França, é comum que o mês de agosto seja destinado às férias escolares e de trabalho.

Valérie Pécresse, presidente da Ile-de-France Mobilités (IDFM), a autoridade de transporte regional, pediu ainda em dezembro do ano passado que as empresas encorajassem o trabalho remoto no período dos Jogos e que aqueles que puderem ficar em casa para evitar uma sobrecarga no transporte público parisiense o façam. A recomendação foi endossada pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo.

Com os jogos, Lorena é uma das muitas pessoas que vão deixar a cidade no período. A italiana vai aproveitar o período para visitar a família na Itália. Mas conta que, por conta do trabalho, sua namorada vai precisar ficar na cidade.

"Acho que será muito, muito difícil para as pessoas que ainda estão trabalhando em Paris, que terão que trabalhar normalmente durante as Olimpíadas".

Chiara também vai aproveitar o período, que é tradicionalmente de férias, para sair da cidade e visitar outras partes da França. "Vou aproveitar minha pausa nos estudos para fugir um pouco da cidade. Acho que vai ser (uma forma de ter) um pouco mais de tranquilidade".

Praça da Concórdia, marco de Paris, está está cercada para sediar um dos eventos dos Jogos.
Praça da Concórdia, marco de Paris, está está cercada para sediar um dos eventos dos Jogos.
Foto: Bruna Arimathea/Estadão / Estadão

Torcida

Com a rotina remexida, alguns parisienses, porém, torcem para que o período seja o mais tranquilo possível, com multidões controladas e um bom funcionamento das instalações — e estão até ansiosos para os eventos de julho e agosto.

Brahim Sabir, que mora em Paris há cinco anos, é um dos que estão com presença confirmada nos ginásios. O marroquino será um dos 45 mil voluntários dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos deste ano.

"Estou empolgado porque é um evento realmente grande e que vou poder fazer parte. Sinto que as estruturas estão sendo preparadas para tentar absorver a demanda de público e mesmo com a cidade lotada acredito que será uma boa experiência como um todo".

Já Orane torce para que as Olimpíadas tragam benefícios para a cidade e que sejam diferentes do que ela e parte dos seus amigos esperam que seja: um grande caos. "Estou curiosa para ver como será. Espero estar errada e que seja algo bom para Paris", afirmou.

Estadão
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