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'Parque Olímpico é problema, mas tem solução', diz secretário adjunto do Esporte

Fim da autarquia que geria quatro arenas construídas para os Jogos Olímpicos do Rio-2016 em uma espécie de 'limbo administrativo'

5 jul 2019 - 14h05
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O fim da autarquia que geria quatro arenas do Parque Olímpico da Barra deixou parte da estrutura construída para os Jogos Olímpicos do Rio-2016 em uma espécie de limbo administrativo, mas irá representar economia aos cofres da União e deverá acelerar o projeto que tenta repassar as instalações à iniciativa privada - promessa que vem desde muito antes da Olimpíada, mas que ainda não foi posta em prática. A redução de custos mais drástica está atrelada à folha de pagamento, já que o número de funcionários irá diminuir, bem como os salários.

A Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo) foi extinta em 30 de junho e desde a última segunda-feira 20% do Parque Olímpico passou para a gestão da Secretaria Especial do Esporte, vinculada ao Ministério da Cidadania. A intenção da pasta é de que, até o fim deste ano, as Arenas Carioca 1 e 2, o Velódromo e o Centro de Tênis finalmente sejam cedidos a gestores privados.

"A ideia é essa estrutura (administrativa) ser temporária, para que as atividades de apoio ao esporte e ações sociais não sejam interrompidas. Estrutura permanente não passa pela nossa cabeça, mas queremos fazer a desestatização de forma segura e austera", disse ao Estado o secretário especial adjunto do Esporte, Marco Aurélio Araújo. "Inicialmente está previsto até o fim de 2019, mas talvez tenha que ser um prazo um pouco maior do que isso".

O secretário admite que as instalações são um problema para o governo federal. "O Parque Olímpico é um problema, mas mesmo com todas as dificuldades, tem solução. É um desafio pra nós", comentou.

Em meio a cortes de verba em diversas áreas, a palavra de ordem é economia. E a principal delas diz respeito à folha de pagamento, considerada "exagerada" e "ultradimensionada" pelo secretário adjunto. "Nós tínhamos (na Aglo) uma faixa salarial exagerada, que foi ultradimensionada. Era uma herança da APO (Autoridade Pública Olímpica, consórcio público criado em 2011 para coordenar as obras olímpicas). Era uma faixa salarial distorcida e esse é um dos problemas que estamos atacando diretamente. Tínhamos aqui uma faixa salarial de R$ 15 mil, R$ 20 mil, e estamos baixando drasticamente por orientação do Ministério da Economia", pontuou Araújo. "Para se ter uma ideia, a folha salarial da Aglo era de R$ 1,3 milhão mensais, baixou para R$ 980 mil e, com a nova estrutura, vai ficar perto dos R$ 130 mil".

Ele explicou que, assim que foi criada, em 2017, a Aglo tinha 95 funcionários e nos últimos meses 70 pessoas trabalhavam na autarquia federal. Ainda assim, o número era exagerado. "A nossa ideia é reduzir para 27 funcionários. A Secretaria do Esporte ficará responsável pela parte operativa das atividades no Parque Olímpico e a atividade meio que vai ficar com o Ministério da Cidadania. A tarefa importante da desestatização ficará a cargo do Ministério da Economia", comentou.

Ainda de acordo com Marco Aurélio Araújo, a diminuição da folha de pagamento poderá ajudar outras áreas do esporte. "Esse enxugamento da folha salarial poderá ser repassado para projetos nossos lá da Secretaria", considerou.

Estadão
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