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Mulheres atletas para ficar de olho para as Olimpíadas de 2028  Foto: REUTERS

Promessa da ginástica e adeus de lendas: o que esperar das brasileiras em Los Angeles

Em Paris, pela primeira vez na história, a delegação feminina do Brasil conquistou mais pódios que os homens

Imagem: REUTERS
  • Aline Küller, de Paris (França) Aline Küller, de Paris (França)
  • Gabriel Gatto Gabriel Gatto
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12 ago 2024 - 05h00

 As mulheres carregaram o Time Brasil durante os Jogos Olímpicos de Paris. Ao todo, elas foram responsáveis por 12 pódios, sendo os três ouros, além do poder de decisão para a conquista do bronze na equipe mista do judô.

A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.

Ou seja, mais de 60% das conquistas na capital francesa vieram da delegação feminina. Foi a primeira vez na história que elas tiveram mais protagonismo. Será que esse cenário vai ser mantido daqui quatro anos em Los Angeles? 

A maioria dos atletas pediu calma e evitam começar o planejamento do novo ciclo olímpico. O COB, na contramão, já visitou as instalações e pretende fechar até novembro a base para a próxima edição. Em Paris, os dirigentes também já começaram o planejamento para Brisbane-2032

Independente da fuga, sabemos que muitas mulheres tem tudo para continuar protagonistas nos Estados Unidos. Rebeca Andrade, que se tornou a maior medalhista da história olímpica do Brasil, anunciou que vai diminuir o ritmo. Com isso, a ginasta deve fazer em Los Angeles a sua despedida da competição.

Porém, Rebeca terá como companheira uma grande promessa da ginástica: Julia Soares. A paranaense de 18 anos fez parte da equipe que conquistou o inédito bronze na capital francesa e se classificou para final para trave, aparelho em que já tem um movimento registrado em seu nome.

Bercy Arena, Paris, França - 05 de agosto de 2024. Julia Soares do Brasil reage após sua apresentação.
Bercy Arena, Paris, França - 05 de agosto de 2024. Julia Soares do Brasil reage após sua apresentação.
Foto: Reuters/Hannah Mckay

E se a ginástica artística hoje é uma realidade, a ginástica rítmica está pedindo passagem e tem tudo para estar no pódio. Aos 24 anos, Bárbara Domingos levou ao Brasil para um inédita final da modalidade. Para edição de 2024, Maria Eduarda Alexandre, que tem 17 anos, também é uma promessa e promete fazer bonito.

Dona de duas medalhas olímpicas aos 16 anos, a skatista Rayssa Leal também pode seguir os passos de Rebeca e fazer uma despedida precoce da Olimpíada. Em Paris, ela deu indícios que deseja viver novas experiências e que Los Angeles pode significar um “até breve”.

No judô, a edição dos EUA deve viver a consolidação de Bia Souza, ouro em Paris, e de Larissa Pimenta, que ficou com a medalha de bronze. Além delas, é bom ficar de olho em Rafaela Silva, que visa se despedir da modalidade daqui quatro anos.

Bia Souza venceu judoca israelense
Bia Souza venceu judoca israelense
Foto: REUTERS/Kim Kyung-Hoon

O Brasil também está bem representado no surfe olímpico. Além de Tati Weston-Webb, que ficou com a prata em Paris-2024, a delegação contou com dois jovens talentos que, além da experiência, despontam no top-20 mundial: Luana Silva, de 20 anos, e Tainá Hinckel, 21, são apostas para o próximo ciclo. 

Na canoagem de velocidade, Ana Sátila, 28, foi o grande nome brasileiro e participou de todas as provas da modalidade em Paris, conquistando classificações históricas para o Brasil. Com o futuro em aberto, ela revelou que sonha com a classificação a Los Angeles-2028 ao lado da irmã, Omira Estácia, medalhista no Pan de 2023. 

A dupla de ouro no vôlei de praia, Ana Patrícia e Duda, atuais número 1 do mundo, são conservadoras com relação ao futuro e deixaram a disputa ao próximo ciclo olímpico em aberto, mas garantem que continuarão a atuar juntas até o fim da carreira.

Surfista Luana Silva
Surfista Luana Silva
Foto: William Lucas/COB

Nos esportes coletivos, a Olimpíada de Paris representou uma espécie de 'passagem de bastão'. Seis vezes melhor do mundo, Marta cravou que, na Copa do Mundo de 2027, já pretende acompanhar 'na torcida'. A equipe, no entanto, tem em Gabi Portilho seu espelho para as próximas gerações. 

Quem também brilhou sob o comando de Arthur Elias foi a goleira Lorena, que exibiu ótimas defesas ao longo de um torneio em que a Canarinho correu por fora na disputa pelo pódio. Aos 27, a titular tem chances de se consolidar ainda mais sob as traves da seleção e garantir espaço na próxima Olimpíada. 

No vôlei, a meio-de-rede e bicampeã olímpica Thaísa Daher passou o bastão à central Diana, de 25 anos: "Tem total condição de firmar sua posição e levar esse time", afirmou a veterana após o bronze. Aos 30 anos, a ponteira e capitã da equipe Gabi Guimarães terminou como a melhor jogadora de sua posição de todo o torneio olímpico. É outra figura que pode auxiliar no próximo ciclo.  

Jogadoras da seleção feminina de vôlei após a conquista do bronze nos Jogos de Paris
Jogadoras da seleção feminina de vôlei após a conquista do bronze nos Jogos de Paris
Foto: REUTERS

Jovens promessas

Com o objetivo de preparar jovens com potencial, mas que por um motivo ou outro não conseguiram a classificação aos Jogos de Paris, o COB promoveu o programa Vivência Olímpica, em que 12 atletas acompanharam o dia a dia do Time Brasil e somaram experiências. 

Entre as mulheres, a boxeadora Rebeca Lima, a arqueira Isabelle Estevez, a judoca Kaillany Cardoso e Júlia Kudiess, jogadora de vôlei, já são destaque em suas respectivas modalidades e estão sob a mira do COB, visando os Jogos de Los Angeles e até de Brisbane, em 2032. 

Aos 23 anos, Rebeca, que ficou com a 3ª colocação do USA International Invitational, exaltou a experiência olímpica:  "É difícil descrever o que sentimos lá, somente vivenciando para saber. Mas não tem nada que descreva. Acredito que vai fortalecer o cotidiano de cada um. E tudo me chamou atenção, tudo mesmo. Fiquei maravilhado com tudo que aconteceu."

Jovens atletas vivenciaram experiência olímpica nos Jogos de Paris
Jovens atletas vivenciaram experiência olímpica nos Jogos de Paris
Foto: Léo Barrilari/COB

Vice no Mundial adulto e na Liga das Nações adulto, ambos em 2022, Júlia já mira a medalha olímpica em 2028: "A experiência transformou a nossa visão e a forma que a gente vai voltar para os nossos clubes. Com certeza vamos voltar com mais motivação para buscar Los Angeles e voltar com uma medalha.”

Isabelle Estevez é outro talento prospectado pelo COB. 1º lugar no individual e em dupla nos Jogos Pan-Americanos juniores, a atleta do tiro com arco celebrou a troca com embaixadores do Time Brasil: "Eles puderam contar um pouco de suas histórias. E assim, eu me arrepiava com as histórias, que serviram de inspiração para mim."

Kaillany, 20, lidera o ranking mundial júnior 2024 do judô, além de ter conquistado o vice-campeonato júnior de 2022 e 2023. A judoca celebrou as conquistas dos companheiros na disputa por equipes.

"Com certeza foi o dia mais especial de toda a Vivência Olímpica. Fora que eu tive a oportunidade de conhecer todos do Brasil, e ainda conheci uma judoca que eu amo, a Anna-Maria Wagner, da Alemanha", finalizou a atleta. 

Fonte: Redação Terra
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