'Quando bati o olho, já fiquei encantada', lembra primeira treinadora de Rebeca Andrade
Mônica dos Anjos conta que a tia de Rebeca foi quem a levou no ginásio pela 1ª vez, pois tinha observado que a sobrinha “levava jeito"
A primeira treinadora de Rebeca Andrade, Mônica dos Anjos, relembrou os primeiros passos da medalhista olímpica na ginástica artística. De acordo com ela, Rebeca demonstrou talento desde o começo. A atleta de 25 anos conquistou quatro medalhas na Olimpíada de Paris, sendo uma delas de ouro.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
Em entrevista ao programa Paris É Delas, do Terra, Mônica contou que a tia de Rebeca foi quem a levou no ginásio pela primeira vez, pois tinha observado que a sobrinha “levava jeito” para o esporte.
“Quando bati o olho na Rebeca já fiquei encantada. Muitos anos de ginástica, a gente bate o olho na criança, já vê o corpo, todo musculoso, aquelas pernas fortes e braços fortes, e já fiquei encantada. Aí eu pedi para ela fazer alguns movimentos para saber o que ela podia fazer. Vi que ela era muito forte. [...] Tinha uma professora do lado, e eu falei pra ela: ‘Acho que caiu aqui, uma futura Daiane dos Santos’”, contou a profissional.
Ela relembrou que a família enfrentou dificuldades financeiras, mas que era dedicada à carreira de Rebeca. Segundo ela, a atleta até pensou em parar devido às lesões, porém a mãe a incentivou a continuar.
“Ela era muito espoleta. Ela era sempre feliz e brincando o tempo todo. Nessa época, tinha uma turma infantil treinando também no ginásio, porque ela já fazia série de solo com música, quando ia ver, ela já estava lá na ponta do solo, imitando as meninas, dançando. Acho que ali ela já sonhava, sem saber, ela já tinha essa intuição”, contou.
Mônica revelou que, ainda na infância, Rebeca era distraída e que recebeu acompanhamento psicológico para aumentar o foco, o que refletiu no comportamento dela no tablado. “Na hora que ela entra na competição, ela muda. Ela foca e faz o trabalho dela e depois ela vai se divertir”, destacou.
Como professora e fã, a conquista de Rebeca significou muito para a treinadora. “Foi uma emoção enorme. Eu infartava a cada parte, nas classificatórias, na final por equipes, individual geral e o salto, veio o solo. [...] Vem aquele filme dela pequenininha chegando lá no ginásio há 20 anos atrás, praticamente. Pra história da ginástica, ver a Rebeca em um pódio, no lugar mais alto e com duas americanas, a Biles, que é gigantesca, reverenciando ali a Rebeca. Não tem preço. É a melhor imagem que tenho da minha vida, do meu esporte, foi essa de ontem”, disse.
A vitória de Rebeca e da equipe brasileira refletiu no interesse pelo esporte no ginásio. “A gente continua com o trabalho na Prefeitura de Guarulhos, com muitas crianças. Essa semana [tivemos] muita procura. Cerca de 425 crianças novas entraram nesta semana lá no ginásio”, contou.