Quem era Kelvin Kiptum, recordista mundial da maratona morto em acidente
Queniano de 24 anos foi nomeado Atleta do Ano de 2023 pela World Athletics e era aguardado como um dos astros dos Jogos Olímpicos de Paris
O queniano Kelvin Kiptum, recordista mundial da maratona que morreu neste domingo (11), em Kaptagat, era sensação do atletismo mundial e vinha sendo apontado pela crítica especializada como uma das grandes atrações dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, favorito à medalha de ouro. O jovem de 24 anos teria perdido o controle de seu veículo quando dirigia ao lado do técnico ruandês Gervais Hakizimana, que também não resistiu.
O atleta fez uma temporada espetacular em 2023, o que lhe rendeu o título de Atleta do Ano pela World Athletics, a federação internacional de atletismo. A melhor marca da história da prova, de 2h00min35, foi alcançada pelo fenômeno em outubro, na Maratona de Chicago, nos Estados Unidos. Ele havia superado o feito do compatriota Eliud Kipchoge, em 34s.
E o mais incrível é que esta foi apenas a terceira vez que Kiptum correu os 42km. Meses antes, em abril, o queniano já havia impressionado os rivais ao vencer a Maratona de Londres. Na ocasião, registrou 2h01min25s.
Kiptum surgiu com força no atletismo em dezembro de 2022, quando estreou na Maratona de Valencia, na Espanha, com o tempo de 2h01min53s, logo na primeira vez que percorreu a distância profissionalmente.
Trajetória teve par de tênis emprestado para correr
O atleta relatou diversas vezes as dificuldades financeiras que enfrentou antes de alcançar a fama. Ele chegou a declarar que precisou pedir um par de tênis emprestado para correr sua primeira grande competição, quatro anos antes de correr a Maratona de Valencia, por falta de recursos.
O queniano fazia parte de uma nova safra de atletas do país que começaram a correr na estrada, rompendo com a tradição anterior de jovens que iniciavam nas pistas antes de passarem para distâncias mais longas.
Ele era apontado como forte candidato a se tornar o primeiro maratonista da história a correr abaixo de 2h e havia declarado há piucas semanas que lutaria pelo feito. O jovem participaria da Maratona de Roterdã, na Holanda, em abril, e estava na equipe olímpica que disputará os Jogos Paris 2024.
A morte do queniano gerou enorme comoção no mundo dos esportes. O presidente da World Athletics , Sebastian Coe, declarou ter ficado “chocado e profundamente triste ao saber da perda devastadora de Kiptum e Hakizimana. “Um atleta incrível que deixou um legado incrível, sentiremos muita falta dele”.