Rebeca Andrade dá sequência à história escrita por Daiane e Laís na ginástica e emociona: 'Orgulho'
Hoje fãs do fenômeno brasileiro, ex-atletas se emocionaram com conquista do Brasil na final por equipes da ginástica artística em Paris
Rebeca Andrade tinha apenas 5 anos quando Daiane dos Santos encantou o mundo, ao som de Brasileirinho, nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Na ocasião, o ouro não veio, mas a ginasta gaúcha apresentou, pela primeira vez, o duplo twist carpado que viria a ser batizado posteriormente de Dos Santos II.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
Cinco anos depois, em 2009, Daiane e Laís Souza, ambas com duas Olimpíadas no currículo e marcadas na história com a primeira classificação do Brasil na final por equipes em Pequim-2008, tiveram de mudar, provisoriamente, de centro de treinamento por conta de uma reforma em seu clube em São Paulo.
A mudança levou as ginastas olímpicas ao Bonifácio Cardoso, um ginásio em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde treinaram por dois dias. Na ocasião, uma reportagem gravada pela prefeitura mostrou as atletas treinando e interagindo com um grupo de crianças que davam os primeiros passos na ginástica.
Mal sabiam Daiane e Laís que, ali, treinaram com uma joia que, 15 anos depois, as emocionaria durante os Jogos Olímpicos de Paris. No auge dos seus 10 anos, Rebeca afirmou: "Às vezes, eu não estava conseguindo fazer alguma coisa, e elas estavam me ensinando". E ela aprendeu (veja abaixo).
Essa matéria de 2010 com Rebeca Andrade praticamente uma bebê treinando com Daiane dos Santos e Laís Souza.❤️ pic.twitter.com/Fyse0SwNkp
— Sérgio Santos (@ZAMENZA) July 30, 2024
Aprendeu tanto com as mestres que, na última terça-feira, 30, deu sequência à história escrita por Daiane, Laís, Jade Barbosa, Ethiene Franco, Daniele Hypólito e Ana Cláudia Silva em 2008. Conquistou, ao lado da mesma Jade, Flávia Saraiva, Júlia Soares e Lorrane Oliveira, a primeira medalha por equipes do Brasil.
E Rebeca busca mais. Já com duas medalhas olímpicas, um ouro em Tóquio-2020 e o bronze em Paris-2024, ela volta a disputar as finais do individual feminino geral nesta quinta-feira, 1º, ao lado de Flavinha.
Na transmissão que exibiu a conquista inédita, Daiane e Laís, em emissoras diferentes, tiveram a mesma e única reação: se emocionaram com a estampa do orgulho. "Ainda não estou sabendo descrever essa emoção! Mas posso dizer: chorei, fiquei nervosa, emocionada e muito orgulhosa desse resultado", disse Laís Souza, que hoje é comentarista na CazéTV.
"A gente vê o Brasil ser medalhista olímpico. As meninas deram tudo para chegar ali. Desde a primeira vez que entramos em 2004 e ver agora a medalha no peito delas é emocionante. Gratidão de poder estar aqui", afirmou Daiane, aos prantos, quebrando o protocolo na transmissão da TV Globo.
Outro registro curioso chamou a atenção dos fãs de ginástica e repercutiu após a conquista inédita. A caçula da equipe medalhista, Julia Soares, de 18 anos, ainda criança ao lado de Jade Barbosa. A foto viralizou, e as hoje companheiras de equipe celebraram o reencontro. "Minha inspiração", derreteu-se Júlia ao comentar na publicação. "Sem palavras", respondeu Jade.
Fato é que os ciclos do mundo esportivo proporcionam encontros e cruzam caminhos em lugares inesperados. E, para a ginástica artística brasileira, esses encontros geraram frutos que hoje são colhidos na perfeição de movimentos executados em cada salto, aparelho e prova.