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Relembre todas as 22 medalhas de ouro do Brasil na Paralimpíada de Tóquio

Em Tóquio, País quebrou recorde de conquistas numa edição dos Jogos Paralímpicos e igualou maior número de pódios

5 set 2021 - 12h41
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A campanha dos atletas brasileiros nos Jogos Paralímpicos de Tóquio pode ser definida como histórica. Afinal, o Brasil quebrou o recorde de medalhas de ouro em uma única edição, com 22, igualou o recorde total de medalhas, com 72, e a melhor posição no quadro de conquistas, o sétimo lugar.

Algumas estrelas reafirmaram sua condição, como Petrúcio Ferreira e Silvânia Costa no atletismo, e novas surgiram, como Maria Carolina Santiago e Gabriel Araújo na natação. Nos esportes coletivos, a seleção de futebol de cinco manteve a hegemonia na modalidade, enquanto a equipe masculina de goalball foi campeã pela primeira vez. Relembre todas as vezes que os atletas brasileiros estiveram no lugar mais alto do pódio na Paralimpíada.

GABRIEL BANDEIRA - NATAÇÃO

No primeiro dia de competições, Gabriel Bandeira foi quem começou a contagem das medalhas douradas, logo após Gabriel Araújo "abrir os trabalhos" com uma prata. Bandeira, de 21 anos, venceu a prova dos 100m borboletas da classe s14 (atletas com deficiência intelectual), e ainda quebrou o recorde paralímpico, com o tempo de 54,76s. Em sua primeira edição dos Jogos, o nadador ainda levou mais duas pratas e um bronze.

YELTSIN JACQUES - ATLETISMO

O corredor de provas de longa distância da classe T11 (cegos), que tem nome de presidente russo, conseguiu duas medalhas de ouro, uma delas histórica: após vencer a disputa dos 5.000m com bastante emoção e uma arrancada no final, Yeltsin conquistou a centésima medalha de ouro do Brasil em Jogos Paralímpicos na prova dos 1.500m, com direito a novo recorde mundial (3min57s60).

SILVÂNIA COSTA - ATLETISMO

Silvânia manteve a escrita: ouro na Rio-2016, a atleta conquistou o ouro no salto em distância da classe T11 (cegos) mais uma vez em Tóquio. A brasileira saltou para 5,46m, mais de meio metro à frente da medalhista de prata, a uzbeque Asila Mirzayorova (4,91m).

WENDELL BELARMINO - NATAÇÃO

Na classe S11 (cegos), Wendell Belarmino venceu a disputa dos 50m livre com o tempo de 26s04. Belarmino teve uma boa largada, ultrapassou o chinês Dongdong Chua e assegurou a vitória. Belarmino ainda levou uma prata e um bronze para casa.

PETRÚCIO FERREIRA - ATLETISMO

Com status de estrela da delegação brasileira, Petrúcio Ferreira foi venceu os 100m rasos da classe T47 (amputados de parte de um braço)na Paralimpíada pela segunda vez - a primeira havia sido no Rio. O brasileiro anotou o tempo de 10s53, novo recorde paralímpico, na mesma prova em que Washington Júnior foi bronze. Posteriormente, Petrúcio ganhou bronze em outra dobradinha brasileira, nos 400m, corrida em que Thomaz Ruan foi prata.

WALLACE SANTOS - ATLETISMO

Outro ouro com direito a recorde mundial, Wallace Santos foi o campeão da prova do arremesso de peso da classe F55 (atletas com paralisia cerebral, que competem sentados). O brasileiro teve as três melhores marcas da prova, com 12,63m, 12,46m e 12,45m.

MARIANA D'ANDREA - HALTEROFILISMO

O ouro de Mariana D'Andrea no halterofilismo foi inédito para o Brasil, mesmo contando também os Jogos Olímpicos. Mariana competiu na categoria até 73kg e conquistou o ouro ao levantar 173kg, superando a chinesa Xu Lili.

ALANA MALDONADO - JUDÔ

Alana Maldonado foi a primeira mulher brasileira a conquistar ouro no judô paralímpico, na categoria B1/B2 (cegos ou enxergam vultos) até 70 kg. No caminho para o triunfo, ela derrotou a italiana Matilde Laurie e a turca Raziye Ulucam por ippon e, na final, superou a georgiana Ina Kaldani com um waza-ari.

MARIA CAROLINA SANTIAGO - NATAÇÃO

A 'novata-veterana' do Brasil quebrou diversas marcas: encerrou o jejum de mulheres brasileiras em provas individuais na natação, se tornou a maior mulher medalhista em uma única edição dos jogos e foi a maior vitoriosa da delegação brasileira em Tóquio, com três medalhas de ouro. A primeira disputa vencida por Maria Carolina foi na prova dos 50m livre da classe S12/S13 (atletas com deficiência visual moderada ou leve), na qual marcou 26,87m e quebrou o recorde paralímpico anterior.

Na sequência, Maria Carolina superou a russa Daria Pikalova, considerada favorita, na prova dos 100m livre S12 (só atletas com deficiência visual moderada) ao fazer o tempo de 59s01, e também levou a prova dos 100m peito S12 com 1min14s89. Além disso, também ganhou uma prata e um bronze. Tudo isso em sua estreia em Paralimpíadas, aos 36 anos de idade.

GABRIEL ARAÚJO - NATAÇÃO

Outra estrela nova do Brasil, Gabriel Araújo começou com a prata, mas depois foi amplamente dominante nas duas provas que disputou: venceu os 200m livre da classe S2 (atletas que não conseguem usar os membros superiores ou inferiores) com o tempo de 4min06s52, mais de oito segundo à frente do segundo colocado. Depois a vitória foi nos 50m costas, quando terminou em 53s96, quatro segundos à frente do vice-campeão. Com 19 anos, é uma das apostas para os ciclos de Paris-2024 e Los Angeles-2028.

CLAUDINEY BATISTA - ATLETISMO

Claudiney fez valer o favoritismo na disputa do lançamento de disco F56 (cadeirantes com lesão na coluna ou amputados) e arremessou para 46,68m, novo recorde paralímpico. Ele superou em mais de um metro e meio o vice-campeão. Antes, Claudiney já havia sido ouro no Rio, na mesma competição, e prata em Londres no lançamento de dardo.

BETH GOMES - ATLETISMO

Beth Gomes foi outra a ganhar com grande vantagem para o segundo colocado: fez 17,62m no lançamento de disco da classe F53 (atletas com lesão na coluna, que competem sentados e precisam de apoio), mais de dois metros à frente da segunda colocada. Aos 56 anos, realizou o sonho da medalha de ouro paralímpica e ainda quebrou o recorde mundial, que já era dela.

TALISSON GLOCK - NATAÇÃO

Outro que não era favorito e saiu como campeão paralímpico, Talisson Glock levou a prova dos 400m livre da classe S6 (atletas com amputação ou problemas motores de um lado do corpo) com o tempo de 4min54s42, à frente do italiano Antonio Fantin, campeão mundial, que teve que e contentar com a prata. Talisson também conquistou dois bronzes.

ALESSANDRO RODRIGO - ATLETISMO

Alessandro demonstrou estar bem acima dos demais competidores no lançamento de disco da classe F11 (cegos): tirando uma tentativa que queimou, todas as outras cinco seriam suficientes para conquistar o ouro. A melhor foi a de 43,16m, novo recorde paralímpico. Ele já tinha sido campeão desta prova no Rio e prata no arremesso de peso em Tóquio.

NATHAN TORQUATO - TAE KWON DO

Na estreia do tae kwon do em Jogos Paralímpicos, o Brasil levou uma de cada cor. O ouro foi de Nathan Torquato, na categoria até 61kg da classe K44 (atletas com limitações de apenas um lado do corpo, na perna ou braço). Para chegar ao ouro, venceu Parfait Hakizimana, atleta de Burundi que compete pelo Time de Refugiados por 27 a 4; derrotou o japonês Mitsuya Tanaka por 58 a 24, e, na semifinal, superou o italiano Antonino Bossolo por 37 a 34. A luta final acabou não acontecendo, pois o russo Daniil Sidorov acertou um golpe irregular no rosto do egípcio Mohamed Elzayat na outra semifinal e foi desclassificado. Elzayat foi levado para o hospital e chegou a tentar se apresentar, mas não tinha condições e Nathan foi declarado campeão.

SELEÇÃO MASCULINA - GOALBALL

Foi uma grande campanha da seleção de goalball, que tem Leomon, Parazinho e Romário como trio principal. Na estreia, já bateu a Lituânia, campeã na Rio-2016, por impiedosos 11 a 2. Na sequência, foi derrotada pelos Estados Unidos, mas se recuperou com vitórias sobre Argélia por 10 a 4 e sobre o Japão por 8 a 3. No mata-mata, o Brasil dominou e foi bem no ataque em ambas as partidas que jogou, batendo a Turquia por 9 a 4 e a novamente a Lituânia, agora por 9 a 5. Na grande decisão, foi amplamente superior à China, nunca esteve atrás no placar e venceu por 7 a 2.

FERNANDO RUFINO - CANOAGEM

O 'caubói' Fernando Rufino conseguiu uma medalha inédita para o Brasil na canoagem ao dominar a prova dos 200m VL2 (usa braços e troncos na remada, em barco estilo va'a) início ao fim e bateu o recorde paralímpico com o tempo de 53s077. Ele chegou mais de dois segundos à frente do medalhista de prata.

SELEÇÃO MASCULINA - FUTEBOL DE CINCO

O Brasil manteve a hegemonia na modalidade: cinco vezes presente nos Jogos Paralímpicos, o esporte teve cinco vezes o Brasil como medalhista de ouro invicto. O herói dessa vez foi Nonato, que driblou o time inteiro da Argentina (literalmente) e bateu de canhota no alto para marcar o único gol da grande final.

THIAGO PAULINO

Este deveria ser o 23º ouro do Brasil, para tornar a campanha ainda mais irretocável. Mas horas após o término da prova do arremesso de peso da classe F57 (cadeirantes com lesão na coluna), o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) acatou uma apelação da China e invalidou duas tentativas do brasileiro que haviam superado o chinês Guoshan Wu, sem explicar qual infração o brasileiro teria cometido. Thiago teve que ficar com o bronze (com muitos protestos no pódio), enquanto Wu herdou o ouro e o também brasileiro Marco Aurélio Borges levou a prata.

Estadão
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