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Representante do tênis de mesa do Brasil na Olimpíada perdeu o braço após vacina mal aplicada aos 3 meses

Bruna Alexandre vai ser a primeira atleta brasileira a disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos na mesma edição

27 jul 2024 - 05h00
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Bruna Alexandre, mesa-tenista da Seleção Brasileira
Bruna Alexandre, mesa-tenista da Seleção Brasileira
Foto: Getty Images

A tenista de mesa Bruna Alexandre já fez história em Paris. A atleta de 29 é a primeira na história a representar o Brasil nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos em uma mesma edição. Ao todo, ela vai ficar mais de 50 dias na França. Porém, nada é capaz de desanimar essa catarinense que perdeu o braço aos três meses de vida após uma vacina de BCG, que previne contra as formas graves da tuberculose, aos três meses de vida.

“Deu trombose no braço, o braço ficou todo preto, tive que amputar na hora. O médico desapareceu, mas nunca mais acharam o médico”, conta. Há cinco anos, ela reabriu um processo contra o hospital de Criciúma e ganhou a causa. 

Apesar do processo dolorido, principalmente para a família, Bruna prefere destacar que “consegue fazer tudo” e que transformou a dor em conquista. “Como diz a minha família, no começo quando eu perdi o braço, choramos, mas hoje é uma alegria poder ver que eu consegui classificar para os Jogos Olímpicos e Jogos Paralímpicos.”

E realmente não faltam motivos para comemorar. Bicampeã brasileira entre atletas sem deficiência, ela foi  bronze nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023 e conseguiu saltar de 600 para 150 no ranking das jogadores do mundo de tênis de mesa. 

“Estou muito feliz por conseguir a vaga para os Jogos Olímpicos. Muitos anos tentando, sabia que seria muito difícil classificar, mas depois que eu ganhei o Campeonato Brasileiro 2021 e 2022, eu comecei a sonhar um pouquinho mais. Aí fui convocada para o Sul-Americano, depois para os Jogos Pan-Americanos ano passado. Consegui bons resultados, ganhei de muitas jogadoras, venci muita do top 100 do ranking. Estou muito feliz mesmo pela oportunidade, e também de estar aqui, podendo representar todas as pessoas com deficiência”, comemora.

Na Olimpíada, o objetivo é tentar passar da primeira ou segunda fase. Agora, na Paralímpiada, a meta é o topo do pódio mesmo. “Tenho o sonho de tentar conquistar o ouro que eu bati na trave porque fiquei com a prata em Tóquio. A preparação está muito boa, tenho muito apoio e suporte. Então, esses três anos foram muito positivos para mim.”

O sorriso no rosto que transbordou durante a conversa com Bruna Alexandre não deixa dúvida que a alegria pode fazer a diferença na competição. É justamente essa animação que ela classifica como combustível para explicar o cansaço. A mesa tenista diz que não é muito de tietar, mas que já encontrou nomes conhecidos na Vila Olímpica, como a ginasta norte-americana Simone Biles.

E será que pode rolar algum romance para Bruna Alexandre em Paris? “Estou na seca”, contou aos risos. Porém, ela não quer nem saber de voltar para casa com um romance, diz estar focada nos jogos. Na bagagem, o desejo é uma medalha e algumas blusinhas que comprou na loja oficial da Vila Olímpica. 

Fonte: Redação Terra
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