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Senado rejeita proposta para vacinar atletas antes dos Jogos de Tóquio

Relator Confúcio Moura descarta emenda feita por ex-jogadora Leila, que queria garantir proteção à delegação olímpica brasileira

5 fev 2021 - 11h22
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O Senado rejeitou na noite desta quinta-feira a emenda proposta pela senadora Leila Barros, ex-jogadora de vôlei, de vacinar atletas e paratletas contra a covid-19 a tempo de disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, entre o fim de julho e o início de setembro, no Japão. A emenda fazia parte do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 43/2020, mas foi rejeitada pelo relator, o senador Confúcio Moura (MDB-RO).

"Apesar dos méritos da emenda, optamos por sua rejeição, visto que o texto do PLV nem sequer especifica quais grupos de risco para covid-19 serão abrangidos pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19. Se esse detalhamento não foi realizado nem mesmo para as pessoas priorizadas, não se deve defini-lo para uma categoria específica", argumentou Moura.

Senadora Leila Barros queria que atletas fossem vacinados antes de ida ao Japão
Senadora Leila Barros queria que atletas fossem vacinados antes de ida ao Japão
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado / Estadão

Pela emenda proposta pela medalhista olímpica, atletas, comissões técnicas e delegações do Brasil seriam vacinados contra a covid-19 antes dos Jogos. As doses seriam adquiridas pela iniciativa privada. Assim, os esportistas não "furariam" a fila dos grupos de prioridade, como profissionais de saúde e idosos. O objetivo era permitir aos atletas e paratletas que viajassem em maior segurança para os Jogos de Tóquio.

O relator do PLV 43/2020 disse ainda que um dos artigos do projeto já prevê, "mediante prévia autorização da Anvisa e do Ministério da Saúde, a aquisição de vacinas pela iniciativa privada, bastando ao Comitê Olímpico Brasileiro (sic) ou outras confederações esportivas buscar essa alternativa junto aos órgãos competentes".

Aprovado sem nenhuma emenda, o projeto, originado a partir da Medida Provisória 1.003/2020, facilita a compra de doses contra a covid-19 da vacina russa Sputnik V, que deve ser fabricada e distribuída no Brasil pela União Química. O texto, que agora segue para sanção presidencial, também autoriza o acesso do País aos imunizantes por meio do Covax Facility, um consórcio internacional que vai fornecer imunizantes a países em desenvolvimento.

No momento, o Brasil já tem garantidos 180 atletas na Olimpíada, com previsão de ter, no total, entre 270 e 300. Para a Paralimpíada, a estimativa é de 230 paratletas, totalizando cerca de 530 esportistas que seriam vacinados, pela emenda da senadora. A conta incluiria ainda as comissões técnicas de cada modalidade ou equipe e dirigentes, o que poderia chegar a cerca de 1.000 brasileiros que seriam vacinados para os Jogos de Tóquio.

Adotando tom político, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) evita comentar a proposta, já ventilada anteriormente, de vacinar os atletas para os Jogos. Em recente entrevista, o diretor-geral Rogério Sampaio afirmou que o COB vai seguir estritamente as definições do Ministério da Saúde, sem abrir qualquer exceção para esportistas.

Estadão
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