Senhor Caboclo: com toco à lá Lebron, pivô do Brasil chega a Paris
Ejetado nas primeiras partidas da Olimpíada, camisa 51 chama a responsabilidade, voa em "estreia" na França e classifica Seleção brasileira
Em tempos de Jogos Olímpicos e Dream Team, como não lembrar da eterna frase do maior de todos os tempos:
"É no jogo grande que se separa homens de meninos"
(Jordan, Michael)
Na terceira partida do Brasil em Paris, desta vez contra o Japão, Bruno Caboclo foi Senhor da bola laranja.
O toco espetacular no segundo tempo foi a cereja do bolo e lembrou o clássico "não" de LeBron James a Tiago Splitter na NBA, apagando assim as atuações tímidas de Caboclo nas derrotas para França e Alemanha - que terminaram com o ala-pivô sendo ejetado após excesso de faltas.
Mas quem é Caboclo?
Bruno Correa Fernandes Caboclo nasceu no dia 21 de setembro de 1995, em Osasco, São Paulo. Com uma trajetória marcada por altos e baixos, hoje é, sem dúvidas, um dos grandes nomes do basquete brasileiro.
O jogador do KK Partizan, da Sérvia, tem 28 anos e foi revelado há pouco mais de uma década pelo Pinheiros (SP), um dos clubes mais tradicionais do esporte nacional.
Além de passagens pela NBB, o pivô já tem alguma experiência na NBA.
Na maior liga de basquete do planeta, Caboclo foi draftado pelo Toronto Raptors em 2014 e passou por times como Sacramento Kings, Memphis Grizzlies e Houston Rockets, além de equipes da G-League, mas não teve muito tempo de quadra e acabou voltando para a NBB.
Em resumo, foi subaproveitado na NBA - fato cada vez mais nítido.
A melhor temporada do ala-pivô foi a de 2018-19, pelo Grizzlies. Bruno participou de 34 jogos, sendo 19 como titular. Teve médias de 8,3 pontos; 4,6 rebotes e um bloqueio por partida, em 23 minutos de quadra.
Caboclo retornou ao Brasil em 2022, ao fechar com o São Paulo. Pouco depois, o jogador rodou por clubes europeus até chegar no KK Partizan, da Sérvia.
Por lá é protagonista.
Pré-olímpico
A classificação da Seleção brasileira masculina para os Jogos Olímpicos de Paris passou, primordialmente, pelo comportamento coletivo na defesa no Pré-Olímpico, mas é impossível não citar o desempenho individual de Bruno Caboclo. O pivô fez um excelente torneio em Riga, na Letônia, e foi eleito o MVP, além de fazer parte do quinteto ideal da competição ao lado do compatriota Leo Meindl.
Caboclo terminou o Pré-Olímpico com médias de 17,7 pontos e sete rebotes, além de 22,5 de eficiência.
Clutch contra o Japão e classificação garantida
Pegando fogo, Bruno Caboclo foi "o cara" na vitória do Brasil sobre o Japão por 102 a 84, pelo grupo B.
A atuação de gala foi fundamental para a vaga nas quartas de final das Olimpíadas de Paris. Caboclo foi o cestinha do jogo com 33 pontos e, explorando a linha do perímetro, acertou os quatro arremessos de três que tentou.
"Hoje consegui jogar! Houve alguns lances duvidosos nos outros jogos. Hoje não poderia ser como foi no começo, vim calmo, cabeça boa", ressaltou aliviado o camisa 51.
Pouco depois, após a Grécia bater a Austrália, a vaga foi confirmada. O placar elástico na vitória brasileira fez a diferença.
Prêmios conquistados na carreira de Caboclo
• Campeão da NBA D-League – 2017
• MVP do NBB – 2022
• MVP da BCL Américas – 2022
• Campeão da BCL Américas – 2022
• Campeão da Bundesliga – 2023
• Primeira Equipe da Bundesliga – 2023
• Segunda Equipe da EuroCup – 2023