‘Temos que educar os homens para sermos tratadas com respeito’, desabafa ultramaratonista
Patrícia Honda falou sobre a prática esportiva em trilhas e montanhas entre as mulheres
A ultramaratonista Patrícia Honda desabafou sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres na prática esportiva em trilhas e montanhas. A atleta foi uma das convidadas do programa Paris é Delas, do Terra, nesta terça-feira, 23.
Paris É Delas é o programa oficial do Terra com os principais acontecimentos dos Jogos de Paris, oferecido por Vale. Assista aqui no Terra.
Para ela, apesar da união, as mulheres ainda gastam tempo e energia tentando ser respeitadas: “As mulheres se movem, criam coletivos, saem juntas. Mas a gente tem que educar os homens para sermos tratadas com respeito, para que a gente possa treinar em segurança”.
Em seu relato, Honda contou que já sofreu com a falta de segurança durante os eventos. Na visão da competidora, esse problema se torna uma barreira, principalmente em provas longas.
“Já tive episódios de importunação sexual, mesmo estando com outra menina. É difícil ter que contar com a presença masculina para fazer um treino. Isso reflete até na participação de mulheres nas provas mais longas. Nas curtas, mulheres predominam. Mas, nas ultras, cai pela metade. Provavelmente, porque exige mais tempo de trilha. Tem que ficar horas treinando em um ambiente que não é seguro”, lamentou.
Dentro das provas, Honda destacou que alguns fatores, como a troca de roupa e o pouco tempo de treinamento das mulheres, tornam a prática mais comum entre os homens.
“Não sei se também tem a ver com tarefas domésticas. De homens terem mais tempo para treinar. Dificuldades da prova mesmo. Uma prova de 15 horas, você quer trocar de roupa e não é tão fácil como o homem. A gente pediu um espaço para gente se trocar. Tem várias dificuldades que o homem não tem. É muito difícil para mulher praticar a corrida de montanha”, completou.