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‘Terminei com chave de ouro’, comemora Rebeca após conquistar o ouro no solo em Paris

Ginasta brasileira deixa capital francesa com quatro medalhas

5 ago 2024 - 11h21
(atualizado às 11h55)
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Rebeca Andrade é ouro no solo e vira a maior medalhista do Brasil:

Rebeca Andrade encerrou com chave de ouro sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris. Ao longo dos últimos dias na Arena Bercy, a ginasta de 25 anos brilhou, conquistou quatro medalhas e se tornou a recordista de pódios na história do esporte brasileiro

  • A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.

A histórica passagem da atleta nascida em Guarulhos pela capital francesa foi coroada com a medalha dourada na final do solo. Antes, ela já havia conquistado a prata no individual geral e salto, e o bronze por equipes. Em um momento um tanto polêmico, a ginasta também teve a quarta colocação na trave de equilíbrio.

Na disputa que fechou as atividades da modalidade em Paris, Rebeca desbancou Simone Biles para ficar com o topo do pódio. A norte-americana ficou com a prata, à frente de Jordan Chiles, também dos Estados Unidos, que completou as três primeiras colocações. Em momento históricos, elas reverenciaram a campeã. Como não poderia ser diferente, a brasileira sentiu orgulho e felicidade com as apresentações.

“Estou muito feliz e orgulhosa das minhas apresentações. Mesmo tendo algumas falhas na trave, eu segurei firme, sabe? E o fato depois de faltar só o solo, eu falei: ‘não, agora só falta solo, se concentra, vamos lá’. Eu fiz o meu melhor, tanto na trave quanto no solo, e o ouro veio. Estou orgulhosa do pódio, orgulhosa das mulheres, orgulhosa de mim, de tudo que a gente tá construindo”, disse à TV Globo.

Rebeca Andrade conquista o ouro na final do solo
Rebeca Andrade conquista o ouro na final do solo
Foto: Hannah Mckay / Reuters

Assim que terminou sua apresentação, Rebeca foi flagrada chorando ao lado da médica Lara Ramalho. Lágrimas essas que não foram pela atuação, mas sim por ter conseguido terminar os Jogos Olímpicos sem contusões. Durante a carreira, a atleta enfrentou diversas lesões e passou por três cirurgias no joelho, que atrapalharam sua explosão no esporte.

“Na verdade, foi porque eu terminei a competição inteira, eu orei bastante pra Deus todos os dias, antes mesmo de vir pra cá, pedindo pra que aqui fosse uma competição boa. Pra que eu aproveitasse e conseguisse voltar sem me lesionar, sem que nada de ruim acontecesse”, explicou.

Em 2015, ela rompeu o ligamento cruzado do joelho direito. O mesmo aconteceu em 2017. Já em 2019, em um treino de pódio no Campeonato Brasileiro, dois saltos e meio, um mortal e mais uma pirueta fizeram com que a ginasta precisasse operar o joelho direito pela terceira vez.

“O choro foi mais por isso mesmo, eu falei: ‘eu não acredito’. Mas eu acredito porque foi o que eu pedi pra Deus. Eu tô inteira, eu tô aqui, feliz, curti, vivi Paris, vivi tudo e terminei com chave de ouro, então, nossa, tô explodindo”, continuou.

Por motivos físicos, Rebeca já deixou claro que não pretende seguir se apresentando no solo. Caso a decisão se confirme, o encerramento vai ser para sempre lembrado, conforme destacou: “Vai ficar na cabeça de vocês e na minha. Eu acho que sim [vai parar de se apresentar no solo], mas o futuro a Deus pertence”.

Rebeca recebeu reverência das ginastas americanas ao ganhar o ouro em Paris-2024
Rebeca recebeu reverência das ginastas americanas ao ganhar o ouro em Paris-2024
Foto: REUTERS/Hannah Mckay

Manhã polêmica

Mais cedo, Rebeca ficou fora do pódio da trave de equilíbrio e causou revolta dos torcedores na Arena Bercy, que vaiaram o anúncio da nota. Em uma final repleta de quedas, a ginasta, ao lado de Alice D'Amato, da Itália, foi a única a passar ser desequilíbrios. No entanto, os juízes a avaliaram apenas com 13.933 e ela ficou com a quarta colocação.

Uma posição atrás da brasileira, Simone Biles caiu, recebeu 13.100 e não passou do 5º lugar. Após o anúncio da nota de Rebeca, elas foram flagradas conversando com ar de indignação.

Na modalidade, D'Amato levou o ouro com 14.366. Zhou Yaqin, da China, marcou 14.100 e conquistou a prata. Também italiana, Manila Esposito garantiu o bronze com 14.000.

Além de Rebeca, Julia Soares representou o Brasil na final. Em sua primeira final olímpica individual, a paranaense recebeu 12.333 e terminou a disputa na sétima colocação.

Posteriormente a frustração na trave, Rebeca brilhou no solo e conquistou o ouro –
Posteriormente a frustração na trave, Rebeca brilhou no solo e conquistou o ouro –
Foto: Gabriel Bouys/AFP via Getty Images / Jogada10

Maior medalhista do Brasil

Rebeca Andrade não tem mais ninguém ao seu lado na lista de maiores medalhistas da história do Brasil nos Jogos Olímpicos. Agora com seis pódios, ela deixou os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, com cinco cada, para trás e assumiu o topo da lista. 

Apenas em Paris, essa é a quarta medalha da ginasta. Ela já ganhou o bronze na disputa por equipes e a prata tanto no individual geral quanto no salto, ficando atrás de Simone Biles nas duas. Antes, ela já havia conquistado o ouro do salto e a prata do individual geral em Tóquio-2020. 

Além de Rebeca, o Brasil tem outro atleta que pode alcançar as seis medalhas. Com quatro conquistada nos Jogos do Rio de Janeiro e Tóquio, o canoísta Isaquias Queiroz tem duas categorias para disputar em Paris. 

Bercy Arena, Paris, França - 05 de agosto de 2024. Rebeca Andrade do Brasil comemora após ganhar o ouro.
Bercy Arena, Paris, França - 05 de agosto de 2024. Rebeca Andrade do Brasil comemora após ganhar o ouro.
Foto: REUTERS/Hannah Mckay
Fonte: Redação Terra
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