Com provocações, Brasil x Cuba no Pan teve ar nostálgico
Duelo fez relembrar confrontos da década de 90, com direito até a advertência para comemoração efusiva dos cubanos
Quem não se lembra da rivalidade acirrada de Brasil x Cuba nos anos 90 no vôlei. O duelo saía faísca no masculino e no feminino, com direito até a socos e outras agressões entre as mulheres. Pois bem, 20 anos depois isto pode ser visto novamente em quadra nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015. Com comemorações efusivas de ambos os lados, o jogo esquentou os ânimos a partir do terceiro set e foi assim até o fim do tie-break, que terminou com vitória cubana por 3 sets a 2.
Com duas equipes muito jovens e média de idade bastante baixa, muitos do que estavam em quadra nem chegaram a ver como eram os confrontos com Despaigne, Marcelo Negrão, Mireya Luis, Márcia Fu, entre outros. Mesmo assim, representaram a altura o que era o confronto. Tudo isso, principalmente, graças ao jogador cubano Javier Jimenez. O camisa 4 provocou tanto que até tomou um cartão amarelo pelos exageros.
"Essa rivalidade é velha, na década de 90 eu a via quando era pequeno. A rivalidade de hoje são coisas iguais. Quadra é quadra e fora é fora. Não levamos para depois. Claro que gosto disso (provocações). Para mim, todos os pontos são da equipe e são muito importantes, por isso comemoro muito", disse o cubano, que comentou ainda que não se intimidará pela advertência que tomou.
"O árbitro estava observando, as celebrações não o agradaram e ele deu a punição. Mas acho que isso não influenciou em absolutamente nada nosso desempenho em quadra. Se é exagerado ou não, não sou eu que tenho que dizer isso. Vou continuar comemorando", completou o cubano. Do lado brasileiros, os jogadores mostraram também que não tem sangue de barata. Um em especial chamou muita atenção: o ponteiro reserva João Rafael. Com pouco tempo de jogo nesse Pan, ele entrou no fim do quarto set, virou o jogo para o Brasil e deu a resposta aos adversários na mesma moeda deles: provocando.
"É um Brasil e Cuba, já tem a rivalidade faz muito tempo. O jogo deles é bem provocar, esperar que o adversário caia na pilha, fique nervoso, força a gente a errar. A gente em um momento até caiu, mas depois a gente conseguiu reverter o negócio, mas no final eles jogaram muito bem. Teve muito erro nosso, mas eles jogaram muito bem", disse o brasileiro.
O técnico Rubinho, que substituirá Bernardinho durante este Pan, disse que tentou alertar os mais jovens da catimba adversária, mas não deu muito certo. "São jovens, a gente falou que ia acontecer, que é normal, que todo cubano desde criancinha faz isso, até em casa na pelada de casa deve provocar um ao outro, vem desde criança isso. A gente sabia que ia acontecer, mas são jovens. Reagem a uma situação de estar perdendo uma ou duas bolas, exatamente quando eles vão fazer a provocação, caíram e perderam mais dois pontos."
O treinador da Seleção disse que a derrota cumpriu o objetivo principal do grupo que está no Pan, que não é formado por nenhum figurão da Seleção Brasileira. "O fato desta equipe estar aqui é melhorar o progresso dela, até na derrota hoje por 3 a 2, foi importante porque ela foi buscar o placar muito ruim do quarto set para chegar no tie-break. Conseguiu superar algumas dificuldades em alguns momentos, suportar o adversário em alguns momentos. Foi positivo. Essa equipe jogar nesse nível contra um time que está um pouco acima dela tem que cometer menos erros. Essa é a forma de você enxergar e aprender com isso. Talvez uma forma dolorida, mas você continuar o progresso. São jogadores jovens, alguns são da sub-23 que vai jogar em agosto. Então isso aqui é muito positivo para os mais jovens, caso do Douglas, do João Rafael, que entrou e fez uma virada no quarto set. Espetacular, é muito bom para o progresso deles."