Com caravana, Chibana vence "gigante" e leva 2º ouro no judô
Judoca da categoria meio-leve contou com a torcida de vários familiares que alugaram uma casa em Toronto para torcer pelo brasileiro
A confiança de que Charles Chibana sairia dos Jogos Pan-Americanos de Toronto era grande na família do judoca. Tanto que uma "caravana" de familiares estava presente nas arquibancadas neste domingo quando o brasileiro entrou para disputar a final da categoria meio-leve em Mississauga, a cerca de uma hora de Toronto. A torcida deu certo e Chibana, estreante em Pan, manteve a tradição da sua categoria garantindo a terceira medalha de ouro consecutiva nos meio-leves, que já tinha ganho com João Derly (Rio 2007) e Leandro Cunha (Guadalajara 2011).
Mas a medalha foi sofrida para Chibana. A final contra o canadense Anthoine Bouchard começou pior para o brasileiro. Mais alto e com uma envergadura bem maior que a do brasileiro, o judoca da casa se impôs desde o início da luta pelo tamanho e abriu vantagem com um yuko. Chibana, mesmo bem menor, não desistiu da luta e devolveu o yuko com cerca de 2 minutos para o fim do combate.
A vitória veio por ippon a 47 s do fim. Chibana não se deixou levar pela pegada mais forte do adversário e conquistou a vitória mais marcante da equipe brasileira até o momento no Pan de Toronto. Após a medalha, o brasileiro ressaltou a diferença de tamanho do oponente, mas fez críticas a tática do canadense.
"O canadense tinha uma tática meio escrota de cruzar a pegada, aproveitando o tamanho. Mas eu vim desde o começo com uma tática pré-definida de luta e não mudei. Tive paciência para saber o momento certo de pegar na manga e ainda bem que consegui o ippon", afirmou Chibana após conquistar a medalha de ouro.
O judoca rapidamente foi comemorar com os integrantes da sua família que vieram em oito pessoas para assistir as lutas em Toronto. Pais, avó, tia, irmão, cunhada e primos deixaram o Brasil para torcer pelo filho mais famoso da família nos Jogos Pan-Americanos. "Quando vi o número de pessoas que vinha, pensei: melhor alugar uma casa do que gastar uma fortuna com diária de hotel. Viemos em oito para cá. O mais complicado é o ingresso. Quase R$ 1 mil por dia de lutas. Planejamos isso aqui faz tempo. Desde fevereiro, a gente está olhando casa", afirmou Mario Chibana, pai do judoca agora medalhista de ouro do Pan.
Rafaela Silva sangra para levar bronze
Após viver uma pequena decepção por não conseguir fazer valer seu favoritismo e garantir uma vaga na final do Pan, Rafaela Silva não abaixou a cabeça e voltou bem concentrada para sair do Canadá com pelo menos a medalha de bronze. A brasileira dominou desde o início do combate, aplicando um waza-ari em sua oponente no primeiro minuto de luta.
Na sequência, porém, um susto quase complicou a vida de Rafaela no combate. Ao tentar um golpe na venezuelana Anriquelis Barrios, a brasileira acabou batendo a boca no chão. Como usa aparelho, ela acabou fazendo um ferimento de tamanho médio na boca e teve que paralisar a luta por alguns minutos até que parasse de sangrar.
Rafaela voltou concentrada para o confronto e somente confirmou a vitória e a medalha de bronze no Canadá.
Alex Pombo sofre lesão e "estraga" meta da equipe
A meta ousada traçada pela equipe de judô para estes Jogos Pan-Americanos não conseguirá mais ser cumprida. A ideia eram 14 medalhas conquistadas em 14 provas, juntando masculino e feminino. Porém, o peso leve Alex Pombo acabou perdendo a disputa por bronze e foi o primeiro dos seis judocas da equipe a sair de Toronto sem medalhas.
A derrota veio com uma lesão no meio da luta com o canadense Arthur Margelidon. "Quando tentei o movimento, senti meu joelho estalar. Não consegui mais colocar apoiar o pé no chão. Ainda tentei fazer o que deu até o fim da luta, mas ficou complicado".
Ranking Geral - País | Ouro | Prata | Bronze | TOTAL |
---|---|---|---|---|
Canadá | 10 | 8 | 6 | 24 |
Estados Unidos | 7 | 5 | 7 | 19 |
Colômbia | 6 | 5 | 3 | 14 |
México | 4 | 6 | 7 | 17 |
Brasil | 4 | 4 | 5 | 13 |
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