COB: continência é "patriótica" e não tem conotação política
Após a atitude de prestar continência à bandeira do Brasil e ao Hino Nacional tomada por vários atletas do País ao subirem ao pódio nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) emitiu uma nota oficial nesta quarta-feira sobre o assunto. De acordo com a entidade, o gesto dos atletas militares é um "sinal de respeito" e "patriotismo", e que não deve ser encarado com viés político.
"A continência, além de regulamentar, quando prestada de forma espontânea e não obrigatória, é uma demonstração de patriotismo, sem qualquer conotação política, perfeitamente compatível com a emoção do atleta ao subir no pódio e se saber vencedor. Segundo muitos deles, representa também um reconhecimento pelo apoio que recebem das Forças Armadas e uma manifestação do orgulho que têm em representar o País", disse o COB.
A parceira entre o comitê e as Forças Armadas brasileiras existe desde 2009, quando atletas receberam apoio financeiro e estrutural de Exército, Marinha e Aeronáutica. Em troca, se tornaram militares para representar o Brasil nos Jogos Mundiais Militares de 2011, que aconteceram no Rio de Janeiro. Vários esportistas que competem no Pan de Toronto também passaram por um curso das Forças Armadas antes da competição.
Segundo o COB, prestar continência em ocasiões como uma premiação de pódio é obrigação para os atletas por formação militar. "É um sinal de respeito que deve ser prestado, estando ou não com a cabeça coberta. Reza ainda que o militar da ativa deve, em ocasiões solenes, prestar continência à Bandeira e Hino Nacional Brasileiro e de países amigos. É bom notar que esses atletas não são militares apenas quando estão fardados, mas sim todo o tempo", afirmou a entidade.
As continências dos atletas causaram polêmica porque acontecem em um momento conturbado da política nacional, com protestos nas ruas em algumas cidades pedindo intervenção militar. Perguntados sobre o tema, os esportistas não mostraram um discurso afinado - alguns deram a entender que houve uma recomendação para prestar a continência, enquanto outros disseram que o ato foi espontâneo.