Com Argentina entalada, "irmãos rastafari" miram ouro no Pan
Vistos de longe, Chiuffa e Oswaldo podem facilmente se passar por irmãos. Em uma simples caminhada pela Vila Pan-Americana nesta segunda-feira, o ponta e o armador da Seleção Brasileira masculina de handebol ganharam olhares e despertaram a curiosidade de quem passava por lá. O motivo? Belas cabeleiras no estilo rastafari.
Apesar da semelhança, eles negaram o parentesco de sangue, mas confirmaram um forte elo de consideração. É com essa relação, que se espalha pelo resto da equipe, que eles esperam conquistar o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, de preferência contra a eterna rival Argentina, que está entalada desde a final de Guadalajara, em 2011.
Campeão em 2007 sobre os argentinos, em final que ficou marcada por uma pancadaria generalizada entre os atletas da duas equipes, o Brasil acabou sucumbindo para os hermanos na edição seguinte, em Guadalajara. A derrota ficou entalada em Chiuffa, que espera dar o troco no Canadá.
"Acho que brigaremos com a Argentina. Em 2007, realmente brigamos em quadra, quando teve aquela pancadaria. Brasil e Argentina sempre rola essa rivalidade, mas nós tentamos não ficar pensando muito nisso para não atrapalhar. Vamos fazer nosso jogo, o que estamos treinando e veremos como vai ser", disse.
Já classificados para os Jogos Olímpicos de 2016 por ser país-sede, os atletas concordam que a pressão é um pouco menor, mas que isso não muda a vontade de voltar ao lugar mais alto do pódio no Pan. "Ficamos um pouco mais tranquilos, sim. Mas isso não ameniza nada, ainda não engolimos a derrota de Guadalajara e não quero voltar para casa com a medalha de prata outra vez", completou Chiuffa.
Sobre a semelhança dos cabelos, Oswaldo, que há dez anos mantém o estilo, admite que já estão acostumados com as perguntas sobre um possível parentesco. "Pessoal costuma perguntar se somos irmãos, até falo que somos, mas só de consideração, não de sangue", contou.
Oswaldo ainda revela que é complicado manter o cabelo e acabou entregando um fato curioso do "irmão". "É um pouco complicado, né? Mas vamos enrolando, dando nó e vai ficando assim. No jogo não tem crise: prendeu, já era. Às vezes acontece de bater no adversário, como aconteceu com Chiuffa, em um técnico rival".
"Estava indo para o ataque, e o técnico estava dando instrução para o time na defesa, perto da quadra. Quando virei, acertei o rosto dele. Depois fiquei vendo no vídeo ele com a mão no olho para ver se tinha sangrado, mas não aconteceu nada de mais", disse Chiuffa aliviado.