"Tinha tudo para ser traficante": as frases marcantes do Pan
Competição em Toronto contou com desabafos de atletas, provocações e até conflitos políticos
Os Jogos Pan-Americanos terminaram no último domingo com um bom desempenho do Brasil. A competição disputada em Toronto ainda contou com muitas frases fortes de atletas e dirigentes, que aproveitaram a cobertura da mídia para expor seus pontos de vista. Teve polêmica política, desabafos, provocações... Veja abaixo frases que marcaram os Jogos Pan-Americanos de 2015.
Marcus Vinícius Freire, do COB, sobre polêmica envolvendo Joanna Maranhão:
“Enquanto o atleta não está sob nosso controle, não temos domínio nenhum, cada um pode se posicionar como quiser, como aconteceu esta semana (com a Joanna Maranhão). Quando chega aqui, sim, a gente dá uma orientada, mostra que quando está aqui dentro é um embaixador do Time Brasil, e que é melhor ele guardar sua posição para si. Não temos nada contra, só que não fale em nome da delegação inteira”, disse Marcus Vinicius Freire, em entrevista ao Terra .
Joanna Maranhão, nadadora, sobre a repercussão de suas declarações:
“Não vou deixar de falar de política nunca porque é a minha parte. Não é porque minha opinião não é da maioria que eu não tenho o direito de expressar”, afirmou Joanna Maranhão após receber a medalha de bronze dos 200 m borboleta.
Lili, do vôlei de praia, sobre reação das argentinas:
“Elas jogam assim contra todo mundo, mas não me irrita. Estou c... e andando para elas. Temos que fazer o nosso e elas podem gritar o quanto quiser do lado de lá”, apontou Lili, enquanto as rivais comemoravam do outro lado da zona de entrevistas, com torcedores da Argentina. “F...-se”, completou com um palavrão, mas rindo da própria afirmação.
Marcel Stürmer, patinador, sobre o início da carreira:
“Eu nasci em um País que, quando comecei a patinar, a não ser a minha família, todo mundo ao meu redor deu as costas para mim. E de família eu digo as três pessoas mais próximas de mim, meu pai, minha mãe e meu irmão. Inclusive familiares falaram que era bobagem. Sofri todo tipo de preconceito por não praticar basquete, vôlei, futebol... Para mim é um orgulho muito grande saber que eu tenho a possibilidade de bater um recorde no País do futebol sendo patinador e tendo que ter passado por todas as dificuldade imagináveis e inimagináveis existentes”, exaltou o esportista ao Terra .
Marcel Stürmer, patinador, sobre repercussão do recorde no Pan:
“Eu vou ser muito sincero. Sou totalmente antinegativismo e ficar reclamando das coisas, mas chega uma hora que não tem como. Você bater um recorde para o País e esse fato às vezes ter menos destaque do que um gol da Série B é uma facada”, desabafou Marcel Stürmer, ao Terra .
Thiago Pereira, nadador, sobre comentários de que não teria medalha olímpica:
“Fui quarto várias vezes e cresci bastante com isso. Cansei de ouvir que nunca deixaria de ser quarto”, disse Thiago Pereira após o recorde em Pans.
Carlos Ramirez Pala, do trampolim, sobre as dificuldades em seu esporte:
"Uma das coisas que eu pensava antigamente: queria investir em alguma coisa. Vou investir em que, cara? Por que não investir em mim? Corri atrás, mas arranjar patrocínio é difícil, ninguém quer investir em uma modalidade que não conhece ainda. Tive que fazer site, página, tem que estar alimentando, o pessoal pede vídeo. Tudo isso para divulgar mais o esporte. (É uma frustração) Enorme! Meu mundo acabou aqui”, desabafou, após o último lugar em sua prova.
Raphaella Galacho, do taekwondo, sobre as críticas direcionadas a si e ao esporte:
“É muito difícil ver crítica de gente que não acompanha nosso trabalho. Eu fico fora de casa durante a semana, passo dois dias em casa no máximo quando não estou viajando, é complicado. Machuca bastante. Ninguém passa o que a gente está passando. É muita pressão, muito sofrimento. Ninguém está vendo a nossa história. Os perrengues que a gente passa principalmente em competição internacional , gastando dinheiro do próprio bolso em muitas competições. A única certeza é que eu posso calar a boca um pouquinho de quem falou muita coisa”, desabafou Raphaella Galacho após levar bronze no taekwondo.
Andrey, goleiro do futebol masculino, sobre a dor dos torcedores pela queda na semifinal:
“Antes de jogarmos por eles, temos que jogar por nós. A torcida vem depois. Nós que ficamos longe, sem ver a família, os filhos... A primeira dor que passa é de não conseguir por nós, depois pensamos que podíamos ter conquistado por eles”, disse Andrey, após o Brasil cair na semi do futebol para o Uruguai.
Albarracin, da seleção do Uruguai, sobre a reação dos brasileiros na partida:
“É sempre duríssimo contra o Brasil, mas, é como te digo, quando eles encontram a equipe uruguaia, não sei o que acontece, mas parece que ficam com medo", disparou o uruguaio Albarracin, após o Uruguai vencer a Seleção Brasileira no futebol.
Aldemir da Silva, do atletismo, sobre condições de treinamento no Brasil:
“Falar de estrutura no Rio é fácil, porque não tem. Dependo das instalações militares para poder treinar. Dinheiro no Brasil tem e também atletas de porte, e os atletas não teriam de passar por isso. A Olimpíada está aí. Eu acho desumano alguém treinar assim. Os atletas estrangeiros de alto rendimento não devem acreditar que haja outro atleta também de alto rendimento treinando em tais estruturas. É antidesportivo o que a gente passa”, disse o atleta sobre as condições que (não) tem no Rio de Janeiro.
Iris Sing, do taekwondo, sobre o que superou para conseguir bronze:
“Tinha tudo para ser traficante, bandida, estar cheia de filho igual muitas lá (em Itaboraí) estão. Mas o esporte mudou minha vida”, contou Iris Sing, após levar o bronze no taekwondo.
Iris Sing, do taekwondo, sobre reação da mãe, que fez a atleta sair de casa por causa do esporte:
“Ela (mãe) vai me dar os parabéns, vai dizer que sabia. Mas quando eu precisei ela não me apoiou. Quando eu chegava em casa e perdia o campeonato, ela falava ‘bem feito, desiste disso’. Hoje ela vai me dar os parabéns”, falou Iris.
Natália Gaudio, da ginástica rítmica, sobre ser considerada uma musa em meio a polêmicas do assunto:
“Eu gosto. É uma questão que sou musa da ginástica porque a ginástica é um esporte que você precisa ser uma musa. Você precisa entrar linda e maravilhosa. Imagina uma ginasta descabelada, sem maquiagem.. não vai chamar atenção do público, da arbitragem. Levo isso para o lado da ginástica, não como uma questão pessoal. Eu gosto, não me incomoda em nada. Algumas outras vezes já tinham dado esse título e eu adoro”, comentou Natália Gaudio ao Terra , sobre polêmica de musas no Pan.
Ranking Geral | País | Ouro | Prata | Bronze | TOTAL |
---|---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | 103 | 81 | 81 | 265 |
2 | Canadá | 78 | 69 | 70 | 217 |
3 | Brasil | 41 | 40 | 60 | 141 |
4 | Cuba | 36 | 27 | 34 | 97 |
5 | Colômbia | 27 | 14 | 31 | 72 |
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