Aparências enganam! Gordinha decide, e Brasil perde bronze
Ala-pivô Clenia Noblet pode não parecer uma atleta pela forma física, mas desequilibrou o jogo contra a Seleção Brasileira
Com 1,84m de altura e 97 kg, a ala-pivô Clenia Noblet pode ser apontada como uma atleta acima do peso e até perto da obesidade, pelo cálculo de IMC (Índice de Massa Corporal). Porém, para quem a vê se movendo na quadra de basquete, a jogadora cubana deixa claro que as aparências enganam. Desta forma, ela foi o ponto de desequilíbrio da seleção caribenha, tirando o sonho da Seleção Brasileira de sair dos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 com uma medalha.
Na disputa de bronze, a jogadora aproveitou sua força física para ganhar em rebotes e nos lances corpo a corpo contra as pivôs Kelly e Gilmara para ser uma das maiores pontuadoras da partida e a reboteira do jogo, que terminou com vitória de Cuba por 66 a 62. Com uma campanha mais regular do que o Brasil e colocando mais trabalho para Canadá e Estados Unidos, as cubanas confirmaram o favoritismo que tinham quando entraram em quadra nesta segunda-feira.
Porém, mesmo com o favoritismo cubano, o que não faltou foi emoção no jogo. Depois de um começo muito ruim, a Seleção Brasileira aproveitou a boa atuação de Taina Paixão para recuperar o placar. A armadora brasileira fez um pouco a diferença, com oito pontos marcados nos primeiros 10 minutos de jogo, e o Brasil saiu com uma diferença de dois pontos a frente no marcador.
O segundo quarto, porém, a Seleção Brasileira voltou desatenta e permitiu que Cuba abrisse vantagem, terminando o primeiro tempo com uma vantagem de cinco pontos. O técnico Zanon saiu irritado para o intervalo e a bronca parece ter dado resultado, já que a Seleção Brasileira foi bem melhor no terceiro quarto e encostou no placar.
Nos últimos 10 minutos, porém, as brasileiras voltaram a ficar desatentas e sofreram com o bom desempenho de Noblet e também da baixinha armadora Ineidis Casanova, de apenas 1,68m. Com a ala-pivô "gordinha" dominando os garrafões e a armadora pequena acertando bolas de todos os cantos, as cubanas foram minando a motivação das brasileiras, que ainda tentaram uma reação no minuto final, mas já era tarde para o basquete feminino brasileiro subir ao pódio no Canadá.
A derrota liga um sinal de alerta preocupante para a sequência da Seleção Brasileira. É a primeira vez desde Winnipeg 1999 que a equipe verde e amarela fica fora do pódio no Pan. Em Santo Domingo 2003 e Guadalajara 2011, o time foi bronze. Já no Rio 2007, a Seleção ficou com a prata. O futuro da equipe prevê a Copa América em agosto, que servirá para decidir as vagas olímpicas.
Na teoria, o Brasil já estaria classificado para Rio 2016, porém, por conta da dívida da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) com a Fiba de cerca de US$ 800 mil, a situação ainda está indefinida. O caso tem tudo para ser resolvido até 9 de agosto, exatamente mesma época que acontece a Copa América. Mesmo com a dúvida do que valerá a competição para o Brasil, o técnico Zanon confirmou que levará a mesma equipe que disputou o Pan para participar da competição, deixando de fora as jogadoras que atuam na WNBA.