F. Caldeira desiste, e Brasil perde hegemonia na maratona
Brasileiro sentiu um incômodo na perna direita e preferiu abandonar a prova; Ubiratan dos Santos foi até o final, mas chegou em último
Representado por Franck Caldeira e Ubiratan dos Santos, o Brasil tinha uma grande oportunidade de conquistar mais uma medalha de ouro e seguir reinando absoluto na maratona masculina dos Jogos Pan-Americanos. Porém, neste sábado, Franck, considerado um dos grandes favoritos em Toronto, sentiu um incômodo na coxa direita e acabou abandonando a prova. Já Ubiratan cruzou a linha final dos 42 km apenas na última posição.
Desde a edição de Winnipeg, em 1999, o Brasil não ocupava o lugar mais alto do pódio da modalidade nos Jogos Pan-Americanos. Vanderlei Cordeiro de Lima foi o responsável por começar o domínio brasileiro, ficando com o ouro em Winnipeg e Santo Domingo (2003). O próprio Franck Caldeira triunfou no Rio de Janeiro, em 2007, e Solonei Rocha da Silva venceu em Guadalajara (2011).
Franck Caldeira largou bem e vinha em um ritmo bom na prova, tendo cruzado as primeiras quatro parciais entre os três melhores tempos da prova. Até o quilômetro 25 acompanhava os líderes de perto, mas, perto de entrar nos momentos decisivos, acabou sentindo um incômodo na coxa direita e preferiu abandonar a competição.
"Fiz uma boa preparação, mas maratona é isso. Tem que estar pronto para vibrar com as alegrias e lamentar as coisas que acontecem durante a prova. Hoje não foi um dia especial para mim, senti minha posterior. O peruano (Raul Pacheco) mudou o ritmo, eu acompanhei e, na subida, senti um pouco. Foi na perna direita, como se fosse uma cãibra, um espasmo, que pode ser acumulo de algum cansaço muscular ou até mesmo uma lesão que está perto de se manifestar", disse Franck após receber atendimento médico.
"A sensação foi de dor súbita na coxa, sem nenhum antecedente de dor, nem nos treinamentos, nem no aquecimento. Até você caracterizar como uma cãibra isolada, você tem que fazer exames para identificar, porque às vezes a cãibra esconde uma lesão muscular, mesmo que pequena. A ressonância é importante para caracterizar isso", comentou o Cristiano Laurino, médico da Conferedação Brasileira de Atletismo.
Com a marca de 2h17min04, o cubano Richer Perez terminou na primeira posição e garantiu a medalha dourada no peito. Completaram o pódio o peruano Raul Pacheco e o argentino Mariano Mastromarino, prata e bronze, respectivamente.