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Justiça russa condena Robson a 3 anos de prisão

Promotoria havia pedido 12 anos de sentença e deve recorrer; após condenação definitiva, ele deve retornar ao Brasil

9 dez 2020 - 13h25
(atualizado às 13h28)
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A Justiça russa decidiu diminuir a pena de Robson Oliveira, ex-motorista do jogador Fernando, para três anos. Cumprindo sentença há um ano e nove meses por contrabando e tentativa de tráfico de drogas, o brasileiro, que tinha pena de 12 anos, agora terá de ficar encarcerado por menos de um ano e meio. A promotoria ficou contrariada com a decisão e deve recorrer. Após a decisão definitiva, Robson deve ser transferido para um presídio no Brasil.

Robson Oliveira está preso na Rússia desde fevereiro de 2019
Robson Oliveira está preso na Rússia desde fevereiro de 2019
Foto: Reprodução/Twitter / Estadão Conteúdo

Por enquanto, ele segue em regime fechado. De acordo com o código penal russo, após o cumprimento de 3/4 da pena, ele poderá deixar o centro de detenção, o que deve acontecer em oito meses. A defesa do brasileiro tem até 10 dias para recorrer a um juiz de segunda instância.

RELEMBRE O CASO

Em fevereiro de 2019, Robson foi preso por portar remédio com substância de uso proibido na Rússia, mas permitida no Brasil. O motorista levava o medicamento Mytedom 10mg (cloridrato de metadona) para a utilização pelo sogro do meio-campista Fernando, William Pereira de Faria.

Robson alegou não saber da existência do medicamento em sua mala, assim como desconhecer sua proibição na Rússia. O remédio seria usado pelo sogro do atleta para reduzir dores na coluna. Apesar de ser o dono da medicação, ele não foi chamado para prestar depoimento. O motorista está preso desde março de 2019.

Após o caso tornar-se público, personalidades do esporte fizeram campanha com hashtag #JustiçaPorRobson pedindo a liberdade do brasileiro na Rússia. Também via redes sociais, o jogador Fernando pediu a ajuda do presidente Bolsonaro e rebateu críticas de que não tem contribuído para ajudar o ex-funcionário. "É mentira quando dizem que não estou fazendo nada para ajudá-lo", disse em publicação no Instagram. O atleta afirmou que tem pago os custos com advogados de Robson na Rússia e no Brasil.

Em outubro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo apelaria para a "sensibilidade" e "questão humanitária" para a liberação do brasileiro, preso na Rússia. "Nós vamos, se Deus quiser, conseguir sensibilizar o presidente Vladimir Putin. Eu tenho um bom relacionamento com ele. A gente vai apelar para a questão humanitário para ver se a gente consegue trazer ele para cá", disse para apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Dias depois, no fim de outubro o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) foi à Rússia para entregar uma carta em nome do presidente de Bolsonaro, pedindo a soltura do brasileiro. O parlamentar ficou três dias no país e se encontrou com o vice-ministro Sergey Ryabkov para entregar a carta a pedido do chefe do Executivo.

"Dentro de mim existe algo muito forte pedindo por justiça a esse brasileiro, que já está há quase dois anos preso em um lugar desconhecido. Robson não fala russo, não fala inglês, francês e está totalmente isolado. Jamais passou pela cabeça dele que isso poderia acontecer. Toda hora lembro do assunto. Imagino o sofrimento dele", afirmou o senador, na ocasião.

Estadão
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