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Lais Souza relembra os 11 anos do seu acidente: 'Ainda carrego muitas perguntas'

Ex-atleta sofreu um acidente que a deixou tetraplégica aos 24 anos, enquanto se preparava para competir nas Olimpíadas de Inverno de Sochi

28 jan 2025 - 14h17
(atualizado às 14h48)
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A ex-ginasta Lais Souza
A ex-ginasta Lais Souza
Foto: Reprodução/ Instagram

A ex-ginasta Lais Souza usou as redes sociais nesta segunda-feira, 27, para relembrar os 11 anos do acidente que transformou sua trajetória. Em 27 de janeiro de 2014, durante um treinamento de esqui estilo livre nos Estados Unidos, Lais sofreu um acidente que a deixou tetraplégica aos 24 anos, enquanto se preparava para competir nas Olimpíadas de Inverno de Sochi daquele ano. 

Em sua publicação, ela compartilhou fotos inéditas e um relato emocionante sobre o dia que mudou sua vida e as reflexões que construiu ao longo dessa jornada. "Lá fora, a vida segue seu curso normalmente. O barulho dos carros e os passos apressados preenchem o ar daquela segunda-feira gelada. E aqui dentro eu lutando pela minha. Só se ouvia o apitar das máquinas que respiravam por mim. E lá fora jornalistas de todo o mundo disputando espaço para conseguir a melhor entrevista", começou Lais relembrando a época do acidente. 

A ex-atleta também descreveu o turbilhão de emoções e incertezas que a cercaram naqueles primeiros momentos: "E aqui dentro um silêncio ensurdecedor e várias perguntas sem resposta. O que fazer depois que recebemos um diagnóstico de tetraplegia? Quem vai cuidar de mim? Por que comigo? Por que não me restou nenhum movimento? Pelo menos de um dedinho!". 

Hoje, 11 anos depois, Lais reconhece que muitas dessas perguntas ainda não têm respostas, mas destaca as lições que aprendeu ao longo desse tempo. "Se tem algo que aprendi ao longo desses anos, é que ninguém enfrenta uma luta como essa sozinho", escreveu. Ela também refletiu sobre a importância de aceitar ajuda e de reconhecer o valor da rede de apoio que a cercou. 

"Em toda minha vida eu sempre gostei de fazer favor e não de receber, achava que ser forte significava não depender de ninguém. Mas aprendi, na marra, que a força maior está na capacidade de aceitar ajuda, de se permitir ser cuidado e, principalmente, de reconhecer o valor da rede de apoio que nos cerca."

Lais destacou que, para pessoas com deficiência, a rede de apoio vai além de familiares e amigos, incluindo profissionais de saúde, cuidadores e outras pessoas que vivem experiências semelhantes. "Essa rede é feita principalmente pelas próprias pessoas com deficiência. Existem laços poderosos que surgem quando aqueles que vivem experiências semelhantes se unem para compartilhar vivências, enfrentar desafios e oferecer suporte. A gente se une para responder aquelas incertezas da sala fria de um hospital."

Ao final, a ex-atleta expressou gratidão por todos que estiveram ao seu lado nessa trajetória e celebrou a vida. "Ao lembrar desses 11 anos de luta e de uma nova oportunidade de viver, também celebro quem esteve e ainda está ao meu lado. E lá fora, a vida continuou. Na verdade, ela nunca parou... mas hoje eu sei que, aqui dentro, ela também acontece, cheia de propósito e esperança."

Lais, que representou o Brasil em duas edições dos Jogos Olímpicos, fez parte da seleção brasileira de ginástica artística entre 2001 e 2012. A atleta, natural de Ribeirão Preto, em São Paulo, conquistou medalhas em etapas da Copa do Mundo de Ginástica e alcançou sua maior conquista ao ficar em quarto lugar na prova de salto durante a fase inicial do Campeonato Mundial de Aarhus, na Dinamarca, em 2006.

Em 2013, ela decidiu embarcar em uma nova jornada esportiva, começando a treinar esqui aéreo. Nessa modalidade, ela conquistou a medalha de bronze no Campeonato Nacional dos Estados Unidos, realizado em Park City. Após o acidente que a deixou tetraplégica, ela encontrou novas paixões, dedicando-se às artes plásticas, além de compartilhar sua história em palestras e eventos.

Fonte: Redação Terra
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