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Alisson encara melhor ataque da Copa após jogos tranquilos

Goleiro da Seleção Brasileira teve de fazer só quatro defesas no Mundial, mas nas quartas de final enfrenta artilharia de peso

5 jul 2018 - 04h33
(atualizado às 11h05)
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Não fosse pelas constantes participações com os pés, a presença do goleiro Alisson na Copa do Mundo na Rússia seria praticamente imperceptível até o momento. O defensor da meta da Seleção Brasileira chega às quartas de final tendo defendido apenas quatro bolas, número de chances permitidas pelo Brasil, a seleção que menos cede oportunidades aos adversários. A moleza de Alisson, porém, parece com os dias contados. Contra a Bélgica, na próxima sexta-feira (6), em Kazan, às 15h (de Brasília), o Brasil terá pela frente o melhor ataque da competição.

A Bélgica marcou 12 gols até o momento na Rússia, média de três por partida. Possui o maior número de acertos de chutes no gol, com 30, um à frente do Brasil. Já no número total de arremates, as seleções dividem a liderança com 77. Mas os belgas têm uma arma mais mortal: o centroavante Romero Lukaku, autor de quatro gols, vice-artilheiro da Copa atrás de Harry Kane, da Inglaterra, que tem seis.

Todo esse poderio ofensivo belga, que ainda conta com os craques Eden Hazard, autor de dois gols na Copa, e De Bruyne, que ainda não marcou, aponta que Alisson deve trabalhar mais do que no Mundial inteiro. O Brasil é dono da melhor defesa da competição, com apenas um gol sofrido, mesmo número do Uruguai. Foi vazado na estreia contra a Suíça. único jogo em que teve de fazer mais de uma intervenção: duas. Contra a Costa Rica, na vitória por 2 a 0, passou em branco, e depois contra Sérvia e México foi testado uma vez cada.

A segurança defensiva, em parte reflexo da solidez do esquema tático montado por Tite e de atuações formidáveis da dupla de zaga, principalmente Thiago Silva, dá força a Alisson dentro e fora do campo. Enquanto disputa a Copa, o jogador tem seu nome como um dos mais fortes no mercado de transferências e pode participar de uma "dança das cadeiras" na posição. Ele pode, inclusive, pegar o lugar de Courtois, goleiro belga adversário na sexta.

Alisson desperta o interesse do Chelsea (ING), que viu o Real Madrid (ESP) se aproximar de seu goleiro nos últimos dias. O mesmo Real que havia avançada em negociação com a Roma (ITA) para anunciar Alisson após a Copa, mas ainda está reticente em pagar os valores pretendidos pelos italianos, na casa dos 70 milhões de euros. No caso de Courtois, ele tem apenas mais um ano de contrato, o que facilita na negociação para os espanhóis. O goleiro da Seleção Brasileira também interessa ao Liverpool (ING).

Alisson tem procurado ficar alheiro às negociações, pois sabe que isso pode atrapalhá-lo no momento mais decisivo da carreira. Ele queria que tudo tivesse se resolvido antes da Copa, mas não foi possível. Tem preferência para atuar no Real Madrid, que vê o costarriquenho Navas perdendo espaço. Aliás, Alisson já enfrentou o goleiro do Real nessa Copa, e o Brasil venceu a Costa Rica por 2 a 0. Agora, vê o flerte pelo lugar de Courtois, que ele também já encarou nesta temporada.

Roma e Chelsea foram adversários na fase de grupos da Liga dos Campeões da última temporada e os italianos se deram melhor. Venceram uma partida por 3 a 0 em Roma e empataram em Londres por 3 a 3, classificando-se em primeiro lugar com os mesmos 11 pontos, mas levando vantagem no confronto direto. No fim, a Roma caiu nas semifinais para o Liverpool (ING) e o Chelsea, nas oitavas, para o Barcelona (ESP).

A continuar tendo vida fácil ou se entrar em ação com as defesas que o levaram à Copa e a ser um dos mais assediados do mercado, Alisson pode bater dois recordes importantes: ser o goleiro mais jovem a conquistar uma Copa pelo Brasil como titular (25 anos) e o campeão menos vazado na história dos Mundiais. Esse título pertence a França (98), Itália (2006) e Espanha (2010), com dois gols cada. Para isso, Alisson não poderá deixar passar mais nada, mesmo diante do forte ataque belga.

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