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COB lança ações antidoping e diretor sugere não ingestão de suplementos

Em meio à sequência de resultados analíticos adversos, Comitê lançará aplicativo com o objetivo de educar sobre riscos do uso de substâncias proibidas em linguagem acessível

6 set 2019 - 07h01
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Em meio a uma sequência de casos de doping no esporte brasileiro nos últimos meses, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) admitiu a necessidade de adotar medidas específicas no combate ao problema. Ao detalhar uma nova Política Antidoping, em evento realizado na última quinta-feira, em sua sede no Rio de Janeiro, a entidade alertou para a necessidade de dialogar de forma eficiente com os jovens e recomendou que os atletas abram mão de suplementos alimentares para evitar problemas.

Christian Trajano é o responsável pela área de Educação e Prevenção ao Doping no COB (Foto: Rafael Bello/COB)
Christian Trajano é o responsável pela área de Educação e Prevenção ao Doping no COB (Foto: Rafael Bello/COB)
Foto: Lance!

Diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara frisou que cada atleta é livre para decidir sobre o uso ou não dos suplementos, mas opinou sobre a atitude.

- Com educação, tentaremos cada vez mais levar informação aos atletas. É inegável que o uso de suplementos, sejam eles produzidos por manipulação ou industrializados diretamente, leva a essa condição de risco. Minha posição pessoal é que a situação mais segura é o não consumo de suplementos. Existem, sim, atletas que conseguem ser campeões mundiais e conquistar medalhas olímpicas sem ingeri-los - afirmou Bichara, ao lado de Wander Rabelo, assessor Institucional da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (ANFARMAG), que alertou para os procedimentos rígidos no controle dos suplementos no Brasil.

O COB anunciou o lançamento de um aplicativo para facilitar a comunicação com a nova geração sobre o assunto. A plataforma é uma das frentes da Política Antidoping, que visa impactar 1.500 pessoas diretamente, por meio de atividades presenciais, palestras e atendimentos individuais.

A promessa é que o aplicativo tenha linguagem acessível, compreendida não só pelos atletas, mas por seus familiares. Todo cuidado é pouco até na alimentação de um atleta de ponta.

- As novas gerações têm um modo muito peculiar de se comunicar. Entendemos que ela não senta mais para assistir televisão ou usar notebook, e não passa mais de 1m30 lendo sobre o mesmo assunto. O que dizer para alcançá-la tem de ser na palma da mão, nos smartphones. Ela também não aceita barreiras e linhas direcionadoras. Por isso, essa plataforma tem de ter uma dose de inteligência artificial, para trazer esse usuário até ela. Com isso, conseguiremos entregar conhecimento - afirmou Christian Trajano, gerente de Educação e Prevenção ao Doping do COB.

Bichara explicou que a iniciativa começou a ser desenvolvida em outubro do ano passado, quando Christian, ex-diretor da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), foi contratado para a gerência. O projeto foi enviado para a Agência Mundial Antidoping (Wada), que o revisou até o formato atual.

- Até Tóquio e durante os Jogos Olímpicos estaremos focados na distribuição da informação, bem como prestando todo o auxílio necessário a nossos atletas para que não se envolvam com o doping, ainda que inadvertidamente - completou Christian.

Doping ocupa o noticiário esportivo em 2019

O ano de 2019 tem sido de más notícias para os esporte brasileiro no assunto doping. Atletas de expressão testaram positivo e foram punidos, como Bia Haddad Maia, melhor tenista do país no ranking da WTA, suspensa provisoriamente por uso de substâncias do tipo SARM (moduladores seletivos do receptor de androgênio), e Gabriel Santos, pilar da Seleção no revezamento 4x100m livre, suspenso por um ano por uso de clostebol.

Maria Clara Lobo, do nado artístico, cortada antes do início do Pan de Lima, e o ciclista Kacio Freitas, bronze na prova de velocidade por equipes no evento continental, também tiveram resultados analíticos adversos para furosemida e um tipo de SARM, respectivamente. O atleta ainda será julgado, e o país pode perder a medalha, conquistada ao lado de Flavio Cripriano e João Vitor da Silva. A modalidade acumula diversos casos de doping nos últimos dois anos.

No final de 2018, Victória Marchesini, considerada umas das apostas do Brasil no pentatlo moderno, testou positivo para oxandrolona e GW 501516. Ela foi suspensa provisoriamente.

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