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Emais de dirigentes do COB indicam troca de favores com o COI

Diretores do Comitê nacional teriam bancado evento de remo para garantir voto para o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos

21 nov 2017 - 14h55
(atualizado às 15h58)
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De acordo com a ESPN, membros dos Comitês Olímpicos do Brasil (COB) e Internacional (COI) esquematizaram uma troca de favores durante o processo para a escolha da cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. De acordo com a reportagem, e-mails afirmam que o COB se comprometeu, com um dirigente do COI, a pagar cerca de R$ 750 mil para organizar um evento de remo. O recuso viria da Lei Agnelo Piva.

Carlos Nuzman teria feito acordo para conseguir votos para o Rio de Janeiro (foto:Heitor Vilela/COB)
Carlos Nuzman teria feito acordo para conseguir votos para o Rio de Janeiro (foto:Heitor Vilela/COB)
Foto: Lance!

Os emails datam de setembro de 2014 e forma enviados por Agberto Guimarães, atual diretor-executivo do COB e então diretor esportivo do Comitê Rio 2016. Foram copiados Sérgio Lobo (secretário-geral do COB), Sidney Lobo, (CEO do Comitê Rio 2016) e o então presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.

Na troca de mensagens, os dirigentes, exceto Nuzman, afirmam que o Comitê Rio-2016 bancou um evento de remo após acordo entre o ex-presidente do COB e Denis Oswald, presidente da Federação Internacional das Sociedades de Remo (FISA), que votou na eleição da sede dos Jogos de 2016. O acordo ocorreu durante a campanha da Cidade Maravilhosa.

- Rio-2016 organizará e pagará pelos custos do Mundial que foi acordado ainda durante a campanha Rio-2016 entre nosso presidente e o então presidente da FISA e membro do COI, Denis Oswald - escreveu Agberto Guimarães no e-mail.

Agberto ainda afirmou não concordar com a transação, mas que cumpriria o acordo. Sérgio Lobo confirmou a operação. O evento custou ao cofre do comitê R$ 750 mil.

- O COB, excepcionalmente, concordou em pagar 50% das despesas relativas ao evento do remo a ser realizado em novembro deste ano. Sabemos todos, que a responsabilidade do evento como um todo é do Rio2016 mas, para colaborar e entendendo as dificuldades financeiras do Rio-2016 o COB concordou em pagar 50% do custo total sabendo que a FI (Federação Internacional) irá pagar uma parcela. Até agora o COB vem arcando com 100% dos custos.

Incluído posteriormente nos emails, o então diretor executivo de Esportes do COB e atual diretor executivo-geral do Fluminense, Marcus Vinícius Freire, ressalta que a quantia faria falta na preparação dos atletas naquele momento.

- Não vi a resposta do Nuzman (sobre o imbróglio), mas o COB NÃO TEM RECURSOS previstos no seu orçamento para pagar estes eventos. Faltam 680 dias para os Jogos do Rio, temos uma meta arrojada e recursos em falta. E estes valores farão muita falta na preparação do Time Brasil - escreveu Freire.

Procurado pela ESPN, o COB confirmou o pagamento de eventos de remo realizados em 2015.

'O Campeonato Mundial de Remo Junior, realizado em agosto de 2015, este sim uma competição esportiva, foi pago integralmente com recursos do Comitê Organizador Rio 2016. Diante da incapacidade financeira da CBR para realizar o Congresso Técnico Internacional de Remo, o mesmo foi organizado pelo Instituto Olímpico Brasileiro (IOB), braço de educação do COB que tem dentro do escopo de suas atividades a organização de eventos de capacitação para diferentes grupos, incluindo treinadores.

O evento atendeu a cerca de 85 treinadores de 31 países, inclusive a 25 treinadores brasileiros, oriundos dos principais clubes do país, indicados pela CBR, entre eles o treinador da Seleção Brasileira de Remo nos Jogos Rio 2016, Alexandre Nunes Martins.

O evento teve custo final de R$ 746.507,79, e foi pago pelas seguintes rubricas:

- Comitê Organizador Rio 2016 - R$ 250.000,00

- Inscrições dos participantes - R$ 196.484,19

- IOB - R$ 300.023,60

Vale ressaltar que o IOB possui orçamento próprio, distinto das demais áreas do COB, e, portanto, não interfere na execução de projetos de outras áreas do COB.'

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