Paes levou R$ 15 mi em propina pela Rio 2016, diz Odebrecht
Do total, R$ 11 milhões teriam sido repassados no Brasil e outros R$ 5 milhões por meio de contas no exterior, segundo o homem forte do Departamento de Propinas da Odebrecht
O ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, teria recebido R$ 15 milhões em propina por facilitação de contratos relativos aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do ano passado. Ele foi citado em delação premiada de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, homem forte do Departamento de Propinas da Odebrecht. A informação foi relevada pelo jornal O Estado de São Paulo.
"Dessa quantia, R$ 11 milhões foram repassados no Brasil e outros R$ 5 milhões por meio de contas no exterior. O colaborador apresenta documentos que, em tese, corroboram essas informações prestadas, havendo, em seus relatos, menção a Leonel Brizola Neto e Cristiane Brasil como possíveis destinatários dos valores", relatou o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) em decisão de 4 de abril que mandou investigar Eduardo Paes.
O ex-prefeito também foi delatado pelos executivos da Odebrecht Leandro Andrade Azevedo e Luiz Eduardo da Rocha Soares. Segundo o primeiro, Paes também teria negociado repasse de R$ 3 milhões da Odebrecht para a campanha a deputado federal de Pedro Paulo (PMDB) em 2010.
"Essas somas seriam da ordem de R$ 3 milhões, tendo a transação sido facilitada por Eduardo Paes, ex-prefeito do município do Rio de Janeiro, por meio de contato com o diretor Benedicto Júnior. Afirma-se, nesse contexto, que, no sistema 'Drousys', há referência a diversos pagamentos a "Nervosinho", suposto apelido de Eduardo Paes", narra Fachin na decisão que mandou investigar os peemedebistas.
Em anexos aos termos de declaração, segundo o ministro do Supremo, Leandro Andrade Azevedo apresenta as planilhas de que constariam os pagamentos e e-mails em que reuniões teriam sido agendas e solicitações de pagamentos foram feitas.
Dois anos antes, em 2014, Pedro Paulo teria recebido R$ 300 mil, 'de maneira oculta, para a campanha à prefeitura', segundo Benedicto Júnior. O pedido foi intermediado por Eduardo Paes e haveria registro no Sistema "Drousys" de pagamentos a "Nervosinho".