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Lutas

Glover Teixeira se coloca entre os grandes brasileiros do UFC antes de defender cinturão aos 42 anos

Campeão dos meio-pesados, brasileiro encara o checo Jiri Prochazka, invicto desde 2015, neste sábado, em Cingapura

9 jun 2022 - 20h10
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Campeão do UFC e prestes a fazer história mais uma vez. Em Cingapura, Glover Teixeira, de 42 anos, encara o checo Jiri Prochazka, de 29, invicto desde 2015, em defesa de seu cinturão dos meio-pesados. Caso vença a luta, ele se tornará o primeiro brasileiro a realizar o feito e, novamente, colocar seu nome entre os grandes lutadores da organização.

Em entrevista ao Estadão, Glover repercute os momentos que antecedem o combate e os destaques em sua carreira. Enquanto continua na ativa, ele se prepara para uma das lutas mais desafiadoras da sua carreira. Jiri Prochazka é um dos grandes nomes do UFC atual e o brasileiro sabe disso. "A trocação é, com certeza, um dos seus pontos fortes", comenta Glover. "Ele é imprevisível, mas o ponto fraco é a sua luta no chão."

Prochazka afirmou nos últimos dias que mudaria seu estilo de luta para encarar Glover, mas o brasileiro não vê isso com preocupação. "Não dou muito ouvidos para isso. Eu vi as lutas dele, treinei em cima disso. Se ele mudar e trouxer coisas diferentes para o combate, a gente vai descobrir lá, porque não tem como focar no que eu não sei", disse Glover, que salienta ainda a dificuldade em mudar seu estilo de luta. "Eu mudei bastante meu estilo nos últimos anos. É difícil, não dá para encaixar o combate de forma perfeita do dia para a noite. Então vamos aguardar."

Para esse combate, Glover seguiu com os treinamentos mais "inteligentes", em especial por conta de sua idade e o tempo de recuperação de seu corpo. "Há um tempo eu deixei de treinar duas, três vezes por dia. Foi muito difícil fazer essa mudança e diminuir treino e intensidade, mas sinto que aprimorei a qualidade do meu 'camping' e estou preparado para o combate", afirmou o lutador ao Estadão.

Detentor do cinturão, Glover é o alvo a ser batido na categoria. Mesmo assim, pela quinta luta seguida, chega como um "azarão", segundo as casas de apostas. O lutador, no entanto, garante que isso não impacta seu mental para a luta. "Eu sigo quebrando os recordes. Sou o campeão mundial, mas sigo treinando e lutando com a mesma vontade de quando lutei para ganhar o cinturão. Ser o azarão não me impacta, porque eu nem olho para isso."

Lutar pela defesa do cinturão, por outro lado, é uma pressão que Glover buscou evitar durante seus treinamentos. Segundo ele, esses pensamentos podem atrapalhar o atleta durante a luta. "Quando enfrentei o Jon Jones, pelo cinturão, senti que o meu ponto fraco foi pensar muito no tamanho da luta. Isso me tirou muitas vezes o foco, mas na última luta, em que conquistei o título, já entrei com outro pensamento, que favoreceu o meu combate", contou Glover.

LEGADO

Glover se coloca entre os grandes nomes do MMA brasileiro. Para ele, "superação" resume sua carreira. "Estar no mesmo lugar que os 'top', os grandes nomes brasileiros como Minotauro e Vanderlei Silva é muito bacana para mim. Eu deixo esse legado, de um cara que deu a volta por cima em várias lutas, que é a história padrão dos brasileiros", afirmou Glover.

Com sua experiência, o lutador enxerga em Charles do Bronx e Amanda Nunes os grandes nomes do UFC brasileiro, mas já vê novos nomes para o futuro. Alex Poatan e Wellington Turman, que treinam junto com Glover, são suas apostas para o MMA nacional. "Eu os vejo (Poatan e Turman) de perto, a forma como estão treinando, e enxergo potencial. O Brasil tem muitos talentos, mas aposto muito minhas fichas no Alex para ser o próximo campeão".

Além disso, Glover enxerga com bons olhos sua passagem pelo UFC. Profissional desde 2002, seu cartel conta com 40 lutas, sendo 33 vitórias e 7 derrotas. Cada vez mais próximo da aposentadoria, ele deixaria um recado para si mesmo do passado, caso fosse possível. "Relaxa. Não leva as coisas tão a sério, não leva a vida tão a sério. Ela é muito mais que uma competição."

Próximo de seu aniversário de 43 anos, o brasileiro já fala e traça o "cenário perfeito" para uma aposentadoria. "O 'Plano Perfeito' seria defender o cinturão aqui, defender o cinturão em Nova York e me aposentar lá. Mas eu nunca disse com certeza que vou me aposentar, porque não sou um cara que gosta de fazer decisões do futuro", contou o lutador.

O principal aspecto que Glover leva em consideração ao pensar sobre a aposentadoria é a sua motivação para seguir com os treinos. "Não vai ser uma decisão que vou tomar em cima do octógono e sim no dia a dia. Já faz 20 anos que luto, mas quando não tiver mais incentivos e motivações para ser o melhor do mundo, vou saber que é a hora de parar", afirmou Glover.

Confira o card completo do UFC 275:

CARD PRELIMINAR:

  • Peso-galo: Ramona Pascual x Joselyne Edwards
  • Peso-palha: Na Liang x Silvana Juarez
  • Peso-galo: Kyung Ho Kang x Danaa Batgerel
  • Peso-meio-médio: Jake Matthews x André Fialho
  • Peso-leve: Hayisaer Maheshate x Steve Garcia Jr.
  • Peso-pena: Seung Woo Choi x Joshua Culibao
  • Peso-médio: Brendan Allen x Jacob Malkoun

CARD PRINCIPAL:

  • Peso-meio-médio: Jack della Maddalena x Ramazan Emeev
  • Peso-mosca: Rogério Bontorin x Manel Kape
  • Peso-palha: Weili Zhang x Joanna Jedrzejczyk
  • Peso-mosca: Valentina Shevchenko x Taila Santos
  • Peso-meio-pesado: Glover Teixeira x Jiri Prochazka
Estadão
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