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Lutas Olímpicas

Após bronze, Mayra coloca dedicação e disciplina acima do talento

12 ago 2016 - 11h45
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Mayra Aguiar ainda vive a adrenalina de ter conquistado sua segunda medalha olímpica na carreira. Novamente com o bronze no peito, a atleta gaúcha concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira e admitiu não ter conseguido dormir. Entre os parabéns recebidos na Vila Olímpica, fotos e entrevistas, ela não esqueceu de como foi duro para que o sonho de uma conquista tão importante no próprio país se tornasse realidade.

"O atleta para ser um medalhista olímpico tem que ter talento, mas o mais importante é a dedicação, a disciplina. É bastante dura a vida de atleta, vai dormir todo quebrado, acorda pior ainda. Tem a pressão da competição, a pressão interna. A gente se cobra muito, treina muito, abdica de muita coisa, amigos, família… Então quando chega naquele momento, a cabeça faz a diferença. Tem que ter a mentalidade de passar por tudo isso, focar naquilo que tem que fazer. Temos coisas externas que nos atrapalham e não podemos desfocar", comentou a judoca.

A juventude de Mayra Aguiar não evita que a atleta adote discursos conscientes. Apesar de seus 25 anos, a gaúcha de Porto Alegre já conta com uma longa trajetória no judô e é uma das líderes da Seleção Brasileira, onde figura desde adolescente. Após o bronze no Rio 2016, ela não escondeu que já projeta o próximo ciclo olímpico, de olho em um resultado ainda melhor em Tóquio 2020.

"Eu fiz 25 anos esse mês, mas me sinto um pouco veterana. Meu corpo está muito preparado para seguir em frente. Passa rápido esse ciclo olímpico, então tem que ser pensado desde já. Acabou um, começa outro. Foi assim em Londres e vai ser assim agora para o Japão. Vi muita coisa que tenho que trabalhar, isso ficou muito claro na minha cabeça. Nas derrotas que tive nesse ciclo aprendi muito e amadureci demais. Acho que chega uma Mayra mais madura para esse novo ciclo", disse.

Por fim, Mayra valorizou o fato de ter lutado em casa. Competindo na categoria até 78kg, ela admitiu o encanto ao ver as arquibancadas cheias e todo o povo indo à loucura com sua vitória na disputa pelo bronze contra a cubana Yalennis Castillo. A emoção foi tanta que a atleta mal pode esperar para voltar a competir no Brasil.

"Sempre gostei da torcida a favor. Acho lindo isso. O povo brasileiro, de todas as competições que participei, é o que mais torce. Acho muito gostoso, realmente me dá muita força. Uma coisa que eu não posso falar é que eu escuto as palavras, o que eles estão falando, porque fico realmente muito focada. Mas a energia não tem como não sentir. Foi muito forte. Espero poder lutar em casa de novo com essa torcida que é muito boa", finalizou.

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