Em revanche de Londres, Rafaela vence húngara e vai à semi
O golpe ilegal que valeu a desclassificação em Londres 2012 contra a húngara Hedvig Karakas se tornou nesta segunda-feira uma página virada para a judoca Rafaela Silva: a carioca bateu a antiga algoz por wazari, avançou às semifinais da categoria leve (até 57kg) e mantém vivo o sonho do primeiro ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
A frustrante derrota na capital britânica quase fez Rafaela deixar o esporte há quatro anos. Nada melhor para a atleta, natural da Cidade de Deus, comunidade que fica a oito quilômetros da Arena Carioca 2, palco do judô nos Jogos do Rio, se recuperar do trauma do que um triunfo contra a adversária diante de quem mais a apoiou no momento difícil: sua família e a própria torcida brasileira.
A carioca já provou que atua melhor em casa. Foi assim no Mundial de 2013, disputado no Rio de Janeiro, quando Rafaela terminou com o ouro. E o efeito se repete na Arena Carioca 2, transformada em um caldeirão desde o momento em que nome da atleta aparece no telão.
As velhas conhecidas começaram a luta se estudando. Sem se arriscarem, acabaram sendo punidas pela arbitragem por falta de combatitividade passados dois minutos. Rafaela, então, voltou a mostrar a força das duas primeiras vitórias na competição, aplicou um belo tani-otoshi e conseguiu um wazari. Com a vantagem, soube administrar o combate até o fim e avançou à semifinal.
Na disputa pela grande final, Rafaela irá enfrentar a romena Corina Caprioriu, medalha de prata em Londres 2012, que venceu nas quartas de final na Chen-Ling Lien, de Taiwan, por ippon.