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Guianês do XFC supera dificuldades e terá "chance da vida"

8 abr 2015 - 16h11
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A vida do lutador do XFC Carlston Lindsay Harris renderia um enredo de novela ou até mesmo de filme. Nascido na Guiana, país do norte da América do Sul, é um dos inúmeros estrangeiros que imigraram ao Brasil em busca de uma vida melhor. Há oito anos em território brasileiro, o "Moçambique", como foi apelidado por sua velocidade acima da média, começa enfim a colher frutos pelo esforço e batalha, criando uma carreira no XFC. O atleta da RFT está na final do torneio peso-meio-médio (até 77,1kg) da organização e vai enfrentar Michel Demolidor em busca da medalha de ouro e uma posição entre os principais nomes da categoria no mundo.

Lutador guiânes ganhou o apelido de Moçambique e fez sucesso no XFC
Lutador guiânes ganhou o apelido de Moçambique e fez sucesso no XFC
Foto: Divulgação

Hoje com 27 anos e cartel de sete vitórias e apenas duras derrotas, a última delas em 2012, Carlston Harris descobriu as artes marciais em 2007, quando chegou a Manaus, ainda ilegalmente, depois de passar anos no estado de Roraima, na fronteira com a Guiana. Os primeiros passos foram na luta-livre e no boxe, na academia de seu mestre Junior Lopes e do irmão de Junior, Marcos Rafael, ao mesmo tempo em que conciliava os treinos com o trabalho de mecânico em uma pequena oficina da cidade.

Três anos depois, assistiu a um vídeo de BJ Penn, um dos maiores nomes da história das artes marciais mistas, e decidiu seguir carreira no esporte. Moçambique conseguiu regularizar sua situação no Brasil e foi apresentado por seus mestres ao líder da RFT, Marcio Cromado, um dos ícones da luta-livre no Brasil. Não demorou muito e, em 2011, o guianense já seguia para mais um novo lar: o Rio de Janeiro, onde vive até hoje.

“Saí do meu país em busca de uma oportunidade qualquer no Brasil, e em Manaus me apaixonei pela luta. Quando surgiu a possibilidade de ir para o Rio me profissionalizar, não pensei duas vezes. O Cromado é e sempre foi como um pai para mim, todos na RFT me receberam de braços abertos e criei uma verdadeira família. No primeiro ano tive muita dificuldade na luta de chão, mas não desanimei, continuei treinando duro e hoje estou começando a colher os frutos. Tenho certeza que tem algo de bom guardado para mim, por tudo que já passei”, sonha o lutador, que atualmente dá aulas de boxe e faz “bicos” como segurança de boate para se sustentar.

Trajetória invicta no XFC

A carreira de Carlston Harris no XFC começou em novembro de 2014, quando venceu o gaúcho Ariel Jaeger no XFCi 7, emendando sua quinta vitória seguida e avançando às semifinais do torneio dos meio-médios. No último dia 14 de março, no XFCi 9, Carlston garantiu vaga na final ao bater o paulistano Paulo César dos Santos por finalização, ainda no primeiro round. Seu adversário na decisão, que acontece no XFCi 10, será o paraense Michel Pereira, classificado após eliminar o favorito Cairo Rocha na outra semi. Para Moçambique, é apenas mais um obstáculo em sua dura vida.

“O Michel é um showman e para enfrentá-lo tenho que estar com a cabeça no lugar. Nunca tive problemas com o psicológico nas minhas lutas, então vou entrar lá e fazer o que eu treino, para tentar conquistar o título. Ele faz uns golpes que eu nunca vi, mas quando você está bem preparado, não tem que se preocupar com o adversário e sim com o que precisa fazer para vencer. Esse título pode mudar muito a minha carreira, posso ter mais oportunidades e abrir outras muitas portas, então vou atrás dessa vitória” finaliza o lutador.

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Fonte: Terra
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