Lutadores prometem combate emocionante no XFCi 10
Atletas medirão forças no dia 4 de julho, em São Paulo, em uma das semifinais da categoria até 70,3kg
No próximo dia 4 de julho, no XFC Center, novo centro internacional da organização norte americana, em São Paulo, a décima edição do evento no Brasil promete levantar o público amante de artes marciais mistas. O XFCi 10 terá seis lutas no total e todas serão decisivas. A terceira luta da noite colocará frente a frente o carioca Fernando dos Santos e o paraense Rubenilton Pereira, o Rubinho. O combate, que definirá um dos finalistas do torneio peso-leve (até 70,3kg), promete ser emocionante e de alta qualidade, já que ambos, juntos, somam apenas uma derrota na carreira.
Rubenilton se credenciou para a semifinal do torneio ao derrotar Wilson Santos Fonseca, por decisão unânime, no XFCi 8, em dezembro de 2014. Acostumado a estar sempre em ação e ter pouco tempo de descanso de uma luta para a outra, tendo inclusive, iniciado a carreira profissional aos 17 anos, lutado duas vezes no mesmo dia e chegando a duelar três vezes em 50 dias, o paraense teve nos últimos dois anos a menor sequência de combates de sua vida.
“Meu camp sempre foi curto porque eu lutava num intervalo pequeno de uma luta para a outra. Agora estou há seis meses em ritmo para essa luta e considero muito tempo para um atleta de alta performance. Prefiro lutar uma vez a cada três meses porque tenho como descansar e voltar à ativa sem perder o ritmo. Mas estou desacostumando a lutar tanto, pois já tive mais tempo de ‘folga’ nos últimos anos”, revela.
O único revés sofrido por Rubenilton foi há três anos, diante de Bruno Leandro e o atleta garante que a invencibilidade do seu próximo oponente não é assustadora. Apesar da pouca idade, Rubinho já soma 16 vitórias na carreira, oito obtidas através de finalização, que segundo o próprio, é o seu ponto forte. “Eu confio no meu trabalho e sei que o Fernando está invicto, mas eu perdi apenas uma vez e foi por decisão dividida, então não me impressiono com esse número dele. Ele é muito forte e gosta de lutar no chão, que é onde ganhei 50% de minhas lutas. Estarei bem preparado física, técnica e psicologicamente”, declara o lutador de 22 anos e natural de Conceição do Araguaia, no Pará.
Ser jogador de futebol é o sonho de milhões de crianças pelo mundo, e o carioca Fernando dos Santos, de 27 anos não pensava diferente da maioria. Natural da comunidade Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio de Janeiro, Fernando tentou ser profissionalizar no esporte mais popular do planeta. Atuando em equipes infantis de menor porte do estado, chamou atenção de olheiros e foi em busca do sucesso na Europa. Aos 20 anos chegou ao time B do tradicional Bayern Leverkusen, da Alemanha, mas uma fratura o impediu de permanecer na terra bávara. De volta ao Rio de Janeiro e se negando a fracassar, Fernando retomou a carreira em equipes consideradas menores, porém uma segunda fratura necessitou de cirurgia no pé esquerdo e decretou o ponto final da vida como jogador.
“Meu sonho era seguir carreira e jogar em um grande clube do Brasil ou da Europa. Quando fui para a Alemanha me animei bastante, mas dei o azar de fraturar o tornozelo e quando voltei ao Brasil tive uma lesão muito séria no pé. Precisei operar e resolvi desistir. Vida de jogador é composta por muitas lesões, mais que no MMA, por incrível que pareça”, confessa Fernando.
Mesmo com os treinos de futebol, Fernando treina jiu-jitsu desde os 15 anos no projeto social do também lutador da Nova União Marlon Sandro, em sua comunidade. A prática da arte suave começou como hobby, mas a influência de amigos e o talento para a luta foram fundamentais para ingressar de vez no MMA e encontrar a verdadeira paixão. Aos 23 anos começou a lutar profissionalmente e desde então soma oito vitórias em oito combates, sendo a última delas, por decisão unânime, contra Michel Silva, em dezembro de 2014, que o levou à semifinal do torneio peso-leve do XFC.
“Não me arrependo de ter desistido do futebol. Hoje sou realizado no MMA e 100% feliz e confiante de que terei um grande nome no meio da luta, vivendo apenas disso e me inspirando em grandes ídolos como José Aldo, que é meu companheiro de equipe”, afirma o lutador da Nova União.
O tempo de preparo para a decisão do próximo dia 4 está sendo extenso e benéfico ao atleta, que tem como principais características a luta no chão e o bom preparo físico. Todos os seus duelos foram longos, com apenas dois não chegando ao terceiro round. “Vim da luta de chão e meu forte é o jiu-jitsu. Meu camp está sendo ótimo, um pouco longo, mas tudo correndo dentro do previsto. Esse período de preparo é muito bom para mim porque posso aprimorar ainda mais minhas técnicas e estou dando ênfase à parte em pé. A trocação será um diferencial para me levar à final. Só assisti uma luta do meu adversário e pude perceber que é muito duro, faremos uma boa luta e provavelmente iremos até o terceiro round”. Avalia.
O XFCi 10 - Night of Champions terá ainda cinco outros duelos, todos eles decisivos. Daniel Virginio e James Gray disputam o título do torneio dos galos (até 61,2kg), e Viviane Sucuri e Vuokko Katainen se encaram valendo a medalha de ouro do GP peso-palha (até 52,2kg). Além das finais, o vencedor do combate entre Ranfi Rivas e Guilherme Faria encara o ganhador de Missael Silva e Pedro Falcão pelos penas. Pelos leves (até 70,3kg), Mohamed Hassan Badawy e Willian Cili disputam a outra vaga na decisão.