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'Meu filho estava com o olho cheio de água', diz mãe de criança vítima de racismo em BH

De acordo com relato de pessoas presentes no local, jovem foi chamado "macaco" e "preto"; a Polícia Civil investiga o caso

24 out 2022 - 15h43
(atualizado às 16h22)
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Criança sofreu racismo em jogo de futebol juvenil - William Pomares por Pixabay
Criança sofreu racismo em jogo de futebol juvenil - William Pomares por Pixabay
Foto: Lance!

Uma partida de futebol de juniores no Bairro Santa Amélia, em Belo Horizonte, foi interrompida após uma criança de dez anos ser vítima de ofensas racistas por parte da torcida adversária. O caso é investigado pela Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher, Criança, Adolescente e Vítimas de Intolerâncias.

A criança vítima das ofensas raciais era o goleiro da equipe Arena Céus Azul, e enfrentava o clube Fut Minas, times da região de Venda Nova, em Belo Horizonte. O jogo ocorreu na quadra do clube AARB.

Os pais da criança relatam que, após defesas realizadas pelo menino na partida, torcedores do time adversário começaram a chamá-lo de "macaco", "preto" e "Bob Esponja negro".

"A partida foi interrompida após boa parte da torcida, e até mesmos os atletas adolescentes, estarem clamando meu filho de preto , macaco, Bob Esponja Preto (se referindo ao cabelo afro). A Polícia demorou muito para chegar, então a maior parte dos adultos que cometeram o racismo já haviam ido embora, e os adolescentes não foram penalizados", explica Elias Pereira, pai do menino.

A mãe da vítima, Mariana Mendes, estava no local acompanhando a partida. Após perceber que a paralisação do jogo por conta dos atos racistas, chamou a Polícia. Entretanto, grande parte dos suspeitos já haviam deixado o local após a chegada das autoridades.

"O treinador me chamou e disse: 'olha, estão chamando o seu filho de 'preto' e de 'macaco''. (...) Meu filho estava com o olho cheio de água, mas não conseguia chorar, não conseguia se expressar. Isso acabou comigo no momento", disse a mãe da vítima, emocionada.

Uma mulher de 69 anos, acusada de ter participado das ofensas raciais, prestou depoimento na delegacia. De acordo com o Boletim de Ocorrência, ela negou ter ofendido a criança, alegando que "também é negra".

O caso foi registrado como injúria racial na 2ª Delegacia de Plantão de Polícia Civil de Venda Nova. Após isso, foi encaminhado para a Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher, Criança, Adolescente e Vítimas de Intolerâncias, onde está sendo investigado.

"Como pai não sei como mostrar para meu filho que ele foi a vítima, uma vez que todos que o ofenderam e humilharam saíram sem punição", afirmou Elias Pereira.

VEJA NOTA OFICIAL DA POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS

"A Policia Civil de Minas Gerais informa que recebeu a denúncia de injúria e realizou diligências para apuração dos fatos.O caso segue em investigação na Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias."

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