Ducati segue script de 2022 na Tailândia. Quartararo fica menos só na Yamaha

A Ducati não foge do script na temporada 2022 da MotoGP. Como tem feito ao longo de todo o campeonato, a casa de Bolonha desfilou a força da Desmosedici no primeiro dia de treinos livres para o GP da Tailândia e fechou a sexta-feira (30) com compondo 50% do top-10 no resultado combinado das atividades em Buriram.

Apesar da previsão de chuva intensa, a classe rainha do Mundial de Motovelocidade conseguiu duas sessões em pista seca e pôde treinar com os pneus slicks na integralidade das atividades. Ainda que o asfalto não estivesse na mais primorosa das condições.

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Na parte da manhã, Marc Márquez — sempre ele — colocou a Honda em destaque, mas, no treino 2, a normalidade foi reestabelecida por Johann Zarco. Com 1min30s281, o francês colocou a Pramac no topo da tabela de tempos, 0s018 melhor do que Francesco Bagnaia.

"De manhã, eu comecei a sessão muito bem, mas coloquei um pneu macio no final e não consegui atacar tanto quando poderia ter feito, porque não pude fazer uma volta rápida", disse Zarco. "Fui bastante consistente e bastante rápido, mas não o suficiente para estar no top-10. De tarde, fizemos um bom trabalho testando coisas. No entanto, não me sinto 100% cômodo na freada, temos que melhorar nesse aspecto para a corrida, para lutar com os demais. Estou muito contente. Tenho boas sensações e os tempos de volta são bons, então é muito positivo. Não esperava essa velocidade hoje", admitiu.

Johann celebrou o fato de, ao menos provisoriamente, já ter conseguido uma vaga para o Q2, já que existe a possibilidade de chuva amanhã. Além disso, o francês considera que um fim de semana completamente no seco seria cansativo demais, por causa do forte calor tailandês.

"Estou contente e espero melhorar um pouco amanhã se estiver seco para me sentir ainda melhor e seguir sendo competitivo. Em caso de chuva, em primeiro lugar será útil ir direto para o Q2 e economizar energias. Como sempre digo, é menos exigente fisicamente no molhado, e aqui na Tailândia pode fazer muito calor", indicou. "Se tivermos todo o fim de semana no seco, é possível que estejamos um pouco cansados no domingo, então veremos quais as condições de domingo", continuou.

Por fim, Zarco apontou que a Pramac ainda precisa achar o acerto ideal para a moto, especialmente para melhorar a performance em um trecho da pista de Chang.

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"Talvez a mudança de direção das curvas 9, 10 e 11 não seja a melhor para a nossa moto, mas estou seguro que se encontrarmos o acerto adequado, podemos ser suficientemente rápidos. Mas temos que encontrar esse acerto certo", frisou.

Dono do segundo melhor tempo, Pecco avaliou que a Ducati conseguiu sanar alguns dos problemas que o atormentaram durante o fim de semana do GP do Japão.

"Estou feliz, pois conseguimos resolver alguns problemas que tivemos no Japão, e conseguir melhorar tanto na tarde foi muito satisfatório", falou Bagnaia. "No seco, mostramos que tínhamos um ritmo muito rápido e também fomos competitivos no tempo de ataque", considerou.

"Mesmo que chova amanhã, ainda estou confiante de que podemos nos sair bem. Graças ao trabalho que fizemos hoje, acho que podemos ser rápidos também no molhado", acrescentou.

0s190 mais lento que o companheiro de Pramac, Jorge Martín fechou o top-3 e também se mostrou satisfeito com o desempenho no primeiro dia de atividades em Buriram.

"Me sinto muito bem, fui muito competitivo", comentou. "Finalmente parece que encontramos um passo que precisávamos para dar um passo à frente", seguiu.

"Não sei se vai chover amanhã, mas, mesmo assim, me sinto seguro e confiante de que posso ir bem", declarou.

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Depois de comandar a manhã, Marc Márquez encerrou o dia com o quarto melhor tempo, com 1min30s523, a marca registrada ainda no treino 1. Só 0s242 atrás do líder, o piloto da Honda fez um balanço positivo da sexta-feira, que classificou como a "melhor da temporada", mesmo com uma queda na sessão inicial.

"Cada vez me sinto melhor e o estilo de pilotagem me sai mais natural. Posso me adaptar melhor à moto do que antes", disse Marc. "Hoje eu disse à equipe que usei muitos curingas. Ataquei logo de cara e, por isso, caí. A minha forma de encontrar o limite é como no passado, que é cometer erros no primeiro treino livre", justificou.

"O que me deixa mais feliz é ver que em Motegi me vi melhor do que em Aragão e, aqui, melhor do que em Motegi", comparou.

O #93 considerou que tem ritmo de pódio e até para acompanhar os ponteiros, mas, mais uma vez, frisou que não é esse o objetivo nesse retorno à ativa após a quarta cirurgia no braço direito.

"O ritmo diz que estamos para brigar pelo pódio, mas esse não é o objetivo. Espero que chova amanhã para, assim, poder guardar as minhas energias", torceu. "Se a corrida fosse hoje, não estaríamos longe do primeiro. Esta é a melhor sexta-feira da temporada, pois pude forçar do início ao fim", completou.

Líder do campeonato, Fabio Quartararo também fechou o dia com a marca da manhã e acabou em quinto, 0s274 atrás do conterrâneo da Pramac.

"Foi bom, especialmente esta manhã", disse Quartararo. "De tarde, foi ótimo. Infelizmente, no meu último tempo de ataque, tive duas bandeiras amarelas e cometi um erro em uma volta", relatou.

"Então, fora isso, acho que nosso ritmo foi bem ok", avaliou. "Especialmente quando coloco um pneu médio novo. Tinha um dianteiro usado e nessa pista dá para sentir muito. Então não foi um dia ruim. [Mas] não me senti bem na moto hoje, estava um pouco no limite", revelou.

"Mas as condições vão mudar bastante e, um pouco como sempre vemos, o top-5 hoje foi com as mesmas motos. Mas acho que também teria estado lá se não tivesse errado e pego as bandeiras amarelas", considerou.

Durante o TL2, Quartararo se irritou ao ser seguido por Luca Marini. Ao longo da temporada, a Ducati tem insistido que não vai lançar mão de ordens de equipe para beneficiar Francesco Bagnaia, mas a atuação do piloto da VR46 levantou dúvidas se a postura de Borgo Panigale mudou ou não.

Diferente do que tem acontecido ao longo do ano, Franco Morbidelli conseguiu andar mais para frente nesta sexta-feira, ainda que não tenha melhorado o tempo na segunda sessão do dia. O ítalo-brasileiro fechou o dia com o décimo posto, 0s484 mais lento do que Zarco, e 0s116 à frente de Cal Crutchlow, que ficou em 12º também em uma performance melhorzinha para o padrão do ano da Yamaha.

Apesar de ter tido um dia menos solitário na parte de cima da folha da tempos, Quartararo não espera um jogo de equipe por parte da Yamaha, já que vê isso pouco factível.

"Eles têm oito [motos], então podem jogar bastante bem", considerou. "Aí, infelizmente, eu não tenho nenhuma ajuda. Hoje tive Franco na frente, mas ele sumiu. Então, na verdade, vou me virar sozinho, pois acho que seria difícil fazer uma estratégia de equipe", completou.

Terceiro colocado no campeonato, Aleix Espargaró não conseguiu ficar no top-10 combinado neste primeiro dia de treinos. Com a melhor volta em 1min30s892, o catalão ficou em 13º, 0s611 atrás de Zarco. O titular da Aprilia não se incomodou com a própria atuação, mas destacou que a falta aderência para a RS-GP poder desempenhar melhor.

"Não posso ficar desapontado, pois estou pilotando bem", avaliou. "Nos trechos em que a performance depende de mim, como a freada e as curvas, não somos nada lentos", apontou Aleix.

"O problema é a aderência. Na saída da curvas, perdemos muito tempo derrapando e isso, basicamente, nos custa o tempo todo. Essa é a nossa limitação no momento, então precisamos focar todos nossos esforços nisso", completou.

Enea Bastianini também ficou fora da zona de corte do Q2, eliminado por só 0s025.

"Não estou satisfeito, pois deveríamos estar no Q2, mas não melhoramos de tarde", disse Bastianini. "Precisamos trabalhar na eletrônica e encontrar algo no quarto setor, onde perdemos muito tempo", reconheceu.

"Agora torcemos por um TL3 no seco", encerrou.

A MotoGP volta à pista de Chang neste sábado para o treino livre 3, às 0h50 (de Brasília, GMT-3), válido para o GP da Tailândia. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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