Marc Márquez descarta repetir forma dominante na MotoGP: "Muito longe disso"

Espanhol considerou que hoje existe muito mais proximidade na performance dos pilotos e descartou voltar a vencer com ampla vantagem de pontos, como aconteceu em 2019

Por: Juliana Tesser

9 fev 2022 - 10h49

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Marc Márquez colocou como meta recuperar as sensações com a moto da Honda
Foto: Honda / Grande Prêmio

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Marc Márquez descartou repetir a forma dominante de 2019 na MotoGP. Na visão do espanhol, hoje existe uma proximidade muito maior na performance dos pilotos, mas, mesmo assim, ele acredita estar pronto para enfrentar nomes como Fabio Quartararo e Francesco Bagnaia.

Antes de ver a carreira virar de ponta cabeça por conta de uma fratura no braço direito no início do campeonato de 2020, Marc viveu um ano memorável em 2019. Com dez poles, 12 vitórias e um total de 18 pódios em 19 corridas, o #93 somou 420 pontos ao longo do ano e faturou o título ― o sexto na MotoGP ― com 151 pontos de vantagem para Andrea Dovizioso, o segundo colocado na classificação final. Foi assim que Marc ― sozinho ― deu à Honda a tríplice coroa da MotoGP.

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Marc Márquez ainda luta para recuperar a plena forma física (Foto: Honda)

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Falando à imprensa durante a apresentação da versão deste ano da RC213V, Marc reconheceu que ainda se vê capaz de brigar pelo título, mas não com o mesmo domínio, já que a igualdade entre os pilotos é maior.

"Quando estava em casa em 2020 e em 2021, que foi uma temporada muito difícil, mas que estava melhorando no final, é verdade que você começa a entender o que [conquistou]", disse Márquez. "Pois você sente que é difícil ser rápido e consistente em todas as pistas, em todas as condições, não cair nos domingos. Eu tentei analisar como fiz todas essas coisas, pois agora sinto que preciso de tempo e que preciso melhorar muito se quiser repetir isso", seguiu.

"Claro, sinto que posso lutar pelo campeonato, mas vencer com 100 pontos de vantagem como fiz antes? Estamos muito longe disso", avaliou. "Agora tudo é muito apertado entre todos os pilotos. Não podemos dizer que um piloto faz muita diferença como há quatro anos, por exemplo. Mas será interessante", previu.

Ainda, Marc fez uma avaliação do grid atual e considerou que ainda não sabe ao certo o nível de performance da nova moto da Ducati.

"Dois pilotos que serão muito, muito rápidos são Quartararo e Bagnaia. Os dois pilotaram muito bem no ano passado, especialmente Bagnaia, que terminou o ano muito bem", elogiou. "Precisamos entender o nível da moto da Ducati. Fora isso, só quero me concentrar no meu box. Antes de mais nada, preciso recuperar a minha sensação especial com a minha moto. É um equilíbrio entre a condição física e o feeling com a moto. Já nas últimas corridas de 2021, comecei a sentir essa coisa especial. Ainda não estava perfeito, mas comecei a ser mais e mais competitivo", recordou.

"Esta será a meta em 2022, encontrar o feeling. Se você encontra essa sensação especial, os resultados chegam logo", explicou.

Márquez reconheceu que, há poucas semanas, sequer imaginava que pudesse brigar pelo título da MotoGP, já que não sabia se poderia estar na pista.

"Há duas semanas, a minha meta não era o campeonato, pois eu ainda estava machucado e nem sequer treinando. Ano passado foi uma situação muito especial [com o braço] e aí este ano foi também uma situação muito crítica [com a visão] no inverno, mas, felizmente, os médicos, todos mundo que me ajudou a chegar aqui no primeiro teste ― foi uma grande surpresa", reconheceu. "Era uma situação crítica com a visão dobrada e ninguém sabia o que ia acontecer, mas, no fim, segui o conselho dos médicos e tudo corre perfeitamente. A Malásia foi a última reavaliação de que tudo estava bem. os médicos disseram que não seria um problema, mas eu tinha dúvidas. Aí na Malásia estava tudo bem. Ainda preciso de mais voltas e preciso me sentir mais fresco na moto, mas isso vai acontecer. Então, deste ponto de vista, digo: por quê não? [em relação ao título]", comentou.

"Vamos começar a temporada desde a primeira corrida e, se você está na Repsol Honda, você deve lutar pelo campeonato", sublinhou.