Yamaha dá pontapé em 2023 e exibe novas motos de Quartararo e Morbidelli na MotoGP
Ainda com foco na pintura, a casa de Iwata abriu a temporada de apresentações da classe rainha do Mundial de Motovelocidade nesta terça-feira (17) e exibiu ao mundo a YZR-M1 com que vai buscar uma reação na classe rainha do Mundial de Motovelocidade depois da derrota amarga para a Ducati de Francesco Bagnaia em 2022
A Yamaha deu o pontapé na temporada 2023 da MotoGP nesta terça-feira (17). Em um evento realizado em Jacarta, na Indonésia, a montadora dos três diapasões exibiu as motos com que Fabio Quartararo e Franco Morbidelli vão tentar uma reação na classe rainha depois da dolorida derrota para a Ducati de Francesco Bagnaia em 2022.
O foco do lançamento, no entanto, foi a pintura da M1. Após postar um vídeo com as motos dos últimos anos, a marca japonesa decidiu usar as mesmas cores, mas num layout diferente. Diferente das 'listras' da anterior, a versão da M1 para 2023 esbanja a cor azul de uma forma mais uniforme e agressiva, ainda mesclada com a cor preta, e mantém o símbolo da patrocinadora principal, a Monster Energy, com bastante evidência.
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"Somos gratos aos patrocinadores, parceiros e fornecedores oficiais de nossas equipes, muitos dos quais temos parcerias de longo prazo. Competir no topo doeste esporte nunca foi tão desafiador quanto neste ano, e é graças ao comprometimento e entusiasmo de nossos patrocinadores que podemos nos concentrar em trazer o troféu para casa novamente. Um calendário cheio, com corridas sprint adicionais, significa que precisamos estar focados, adaptáveis e eficientes desde o início dos testes de MotoGP em 2023", disse Lin Jarvis, diretor da Yamaha.
"Desde o teste de Valência, a Yamaha trabalhou incansavelmente para dar mais passos. Usando o feedback dos pilotos e da equipe, fizemos melhorias com o objetivo de lutar pelo título mundial da MotoGP novamente este ano. Estamos começando esta temporada com uma lousa em branco e uma mentalidade positiva. Sabemos que o nível do MotoGP está mais alto do que nunca e com 42 corridas as exigências dos pilotos e das motos atingem novos níveis, mas estamos prontos para o desafio", acrescentou Sumi Takahiro, responsável pela divisão de esportes motorizados da Yamaha.
A casa de Iwata chega em 2023 com uma peculiaridade: com a Suzuki fora do campeonato, a Yamaha será a única entre as Construtoras com um motor de quatro cilindros em linha, já que todas as demais utilizam V4. E este é justamente o componente que mais exigia trabalho nesta fase de pré-temporada, já que o propulsor foi o ponto fraco da M1 nos últimos anos.
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Tradicionalmente, o quatro em linha não é mesmo o mais potente entre os motores, mas a Yamaha pecou no desenvolvimento e acabou ficando muito atrás da concorrência, especialmente na comparação com a Ducati. Pressionada, principalmente por Quartararo, que jogou duro na hora de renovar o contrato, a marca japonesa tratou de se reforçar e contratou até mesmo um consultor externo, o italiano Luca Marmorini, que além de ser ex-chefe de motores da Ferrari, trabalhou também com a Aprilia na MotoGP.
A fábrica japonesa não esconde que o objetivo é ter um motor mais potente, mas Cal Crutchlow, piloto de testes da marca, defende que é também importante restaurar a doçura da moto, que acabou ficando mais difícil com o passar dos anos. Uma prova disso é a dificuldade apresentada por Morbidelli em 2022. Vice-campeão em 2020, o ítalo-brasileiro foi uma sombra de si mesmo ano passado e tem o emprego para lá de ameaçado, já que está no último ano de contrato — é o único piloto de fábrica nesta condição — e vive com a constante ameaça de Toprak Razgatlioglu, que foi campeão com a marca no Mundial de Superbike em 2021. Alguns rumores, inclusive, apontam para o interesse dos japoneses em Jorge Martín. Assim, o #21 precisa mostrar serviço. E de imediato.
Joga contra essa necessidade de evolução, no entanto, o fato de a Yamaha estar sozinha com Fabio e Franco, já que a marca não terá nenhuma equipe satélite em 2023. A RNF optou por se aliar com a Aprilia, e os japoneses acabaram sem opção. Diretor da equipe, Lin Jarvis agora tenta encontrar uma nova parceira, mas contratos vigentes surgem também como um empecilho.
Se existe um trunfo para a Yamaha, ele atende por 'El Diablo'. Mesmo derrotado, 2022 mostrou que o francês tem tudo que precisa para liderar a equipe. Afinal, foi ele o ponto de desequilíbrio. Na maior parte da temporada, o francês de Nice esteve na liderança da disputa, mesmo com um equipamento inferior e chegou a operar milagres, como no GP da Áustria, arrancou um segundo lugar em uma pista amplamente favorável para os rivais de Bolonha. Até a Ducati reconheceu que a corrida no Red Bull Ring teve "dois vencedores".
A pré-temporada, todavia, não passou sem intercorrências. Depois que quebrar um dedo da mão esquerda no TL4 do GP da Malásia, Fabio viveu um novo revés durante as férias, quando acabou com uma pequena fratura na mão esquerda depois de um acidente em um treino de motocross.
O período de descanso viu, também, uma 'mudança de roupa' para o francês. A partir de 2023, Quartararo passa a usar capacetes da HJC ao invés do Scorpions que utilizou desde o início da caminhada na classe rainha.
A apresentação desta terça é o ponto de partida, mas a ansiedade mesmo reside nos testes da pré-temporada, quando a Yamaha vai mostrar se conseguiu ou não algum avanço com o motor da YZR-M1. Além de ser um ponto determinante para a competitividade, este pode ser um aspecto chave também para assegurar uma equipe satélite para 2024.
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