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Na final dos saltos ornamentais, Kawan Pereira faz história

Atleta de 19 anos avança na plataforma de 10m e se torna primeiro brasileiro a disputar decisão por medalhas na modalidade em uma Olimpíada

7 ago 2021 - 01h02
(atualizado às 01h03)
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Após surpreender no início desta sexta-feira ao passar da fase classificatória, o brasileiro Kawan Pereira voltou a fazer bonito neste sábado, pelo horário local, com direito a resultado histórico na plataforma de 10 metros. Pela primeira vez, o Brasil terá um representante na final dos saltos ornamentais em uma Olimpíada. A final está marcada para as 3 horas deste sábado, pelo horário de Brasília.

Kawan Pereira durante salto nas semifinais da plataforma de 10m nos Jogos Olímpicos
Kawan Pereira durante salto nas semifinais da plataforma de 10m nos Jogos Olímpicos
Foto: Bernadett Szabo/Reuters

Em sua primeira edição dos Jogos Olímpicos, o atleta de apenas 19 anos ficou em 12º na semifinal, entre 18 competidores, e ficou com a última vaga na final ao obter 400,40 no total. Mostrou, assim, evolução em comparação à fase classificatória, quando obteve 371,65.

Mais confiante, o piauiense cometeu menos erros e obteve notas superiores em comparação à média de sexta. Seu melhor salto foi o quinto, com 71,40. Também registrou 62,40, 69,30 por duas vezes, 59,20 e 68,80, em sua última tentativa.

"Já estou com o sentimento de dever cumprido. Já estou na final, o que nunca tinha acontecido no Brasil nos saltos ornamentais. Já fiz a minha história", disse o saltador, após avançar à final "Hoje estou bem mais relaxado. Ontem tive acompanhamento com a psicóloga e tentei fazer o que ela me passou. Coloquei em prática."

Ele indicou que pode evoluir ainda mais para a final porque falhou em dois saltos na semifinal. "Tive uns errinhos durante a prova no primeiro e no segundo saltos, mas acho que consegui compensar. Botei a cabeça no lugar e deu certo", comentou.

Na semifinal, Kawan ficou logo acima do canadense Nathan Zsombor-Murray, 13º colocado e fora da final, com 397,85. Como aconteceu na fase anterior, a semifinal foi dominada por dois chineses, porém com posições invertidas em comparação à disputa de sexta. Yuan Cao obteve 513,70, contra 480,85 de Jian Yang.

O britânico Tom Daley, famoso em Tóquio pelas peças de tricô que produz entre um salto e outro, foi novamente o quarto geral, desta vez com 462,90, acima dos 453,70 de sexta. Nesta Olimpíada, ele conquistou seu primeiro ouro olímpico, na plataforma de 10m sincronizada. Antes levou o bronze em Londres-2012 (10m) e no Rio-2016 (10m sincronizado). O atleta de 27 anos é ainda bicampeão mundial na prova individual.

Kawan Pereira nasceu na cidade de Parnaíba, no Piauí. Mas foi ainda criança para Brasília, onde mora até hoje. Lá conheceu a capoeira, cujos movimentos o ajudaram a aprender mortais e cambalhotas que usa em seus saltos.

Kawan chegou a Tóquio com bons resultados internacionais no currículo. Foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 na plataforma sincronizada, com o compatriota Isaac Souza (eliminado na fase classificatória na Olimpíada), e campeão sul-americano neste ano, na plataforma de 10m. No Pré-Olímpico, chegou à final, mostrando potencial para fazer o mesmo agora na Olimpíada.

Estadão
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