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Oposição do Corinthians ataca Augusto Melo: 'Faz promessas que nem ele acredita que serão cumpridas'

Movimento Reconstrução chama presidente corintiano de 'mitômano' e defende que pedido de impeachment é baseado em fatos; dirigente não responde aos ataques

3 set 2024 - 18h18
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Um grupo formado por 90 conselheiros, denominado "Movimento Reconstrução SCCP", voltou a direcionar ataques ao presidente do Corinthians. Em longo comunicado, o grupo criticou a gestão de Augusto Melo desde que foi eleito, chamou o dirigente de mitômano, acusou o cartola de ser mentiroso e defendeu que o requerimento de impeachment apresentado pela oposição é "baseado em fatos". O Estadão procurou o dirigente, mas não obteve retorno.

Os conselheiros disseram que Melo chegou ao comando do Corinthians cercado por esperança, mas a visibilidade do cargo "expôs preocupante faceta do dirigente: a naturalidade com a qual o presidente mente, distorce fatos e faz promessas que nem ele mesmo acredita que serão cumpridas".

O grupo citou as investigações policiais que apuram as possíveis irregularidades no contrato com a VaideBet, patrocinadora que rompeu o contrato com o clube em junho, para afirmar que a base de apoio de Melo está "derretida" e ele aderiu "discurso vitimista".

O Movimento Reconstrução SCCP protocolou um documento pedindo a abertura do processo de impeachment de Augusto Melo no fim do mês passado. O requerimento tem 19 páginas e se baseia em possíveis irregularidades no contrato com a VaideBet. Conselheiros citam também a rescisão do vínculo com a Pixbet, que patrocinou o clube em um passado recente. O documento exige o afastamento de Augusto Melo e seus diretores por "gestão temerária".

"O que motiva, de verdade, o requerimento é a gestão temerária que aceitou lesar os cofres corinthianos em R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais) referentes à intermediação do contrato da Vaidebet, sendo que o próprio "intermediário" revelou, em depoimento à polícia, que tinha nada a receber na operação", acusa a oposição, em nota. "Ou a contrapartida de quase R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) em propriedades comerciais do clube em troca do fornecimento de colchões avaliados em R$ 104.000,00 (cento e quatro mil reais)", continua.

A oposição fala em "incompetência", "falta de comando", ausência de liturgia" e "mentira compulsiva" de Augusto Melo. Também diz que o presidente tem sido perdulário ao gastar perto de R$ 200 milhões para reforçar uma equipe que briga para permanecer na Série A. Segundo o grupo, o requerimento de destituição apresentado em 26 de agosto é baseado em fatos e fundamentado na constituição do clube e em seu estatuto. "Portanto, trata-se de documento e ação legais", alega a oposição.

No último domingo, Augusto Melo, ao falar pela primeira vez sobre o caso, afirmou não estar preocupado com a possibilidade de ser destituído do cargo. "Eles (oposição) deveriam se preocupar em ajudar e não colher assinatura para derrubar o presidente. Eles falavam que iam derrubar em três meses, depois seis e já estamos em oito", disse o presidente do Corinthians. Segundo ele, a oposição "não quer o bem" do clube.

Investigação na Comissão de Ética

Antes do pedido de impeachment, Melo e seus aliado já haviam sido encaminhados à Comissão de Ética para para prestar esclarecimentos sobre investigações relativas a possíveis irregularidades estatuárias praticadas pela atual gestão, conforme definido em reunião no dia 12 de agosto. Os depoimentos ainda não começaram a ser colhidos.

Na ocasião, o mandatário corintiano disse não se opor à apuração interna e prometeu colaborar. "Faço questão de responder e esclarecer tudo que me for perguntado na Comissão de Ética para deixar tudo às claras e finalizar esse tema. Que todos sejam julgados e que se cumpra o estatuto do clube", disse em posicionamento oficial.

Também vão depor à Comissão de Ética o segundo vice-presidente Armando Mendonça e o diretor administrativo Marcelo Mariano. Além da dupla, ainda integrante da diretoria, serão ouvidos quatro nomes que deixaram o clube em meio às polêmicas e acusações: o ex-diretor de futebol Rubão, o ex-diretor financeiro Rozallah Santoro, o ex-diretor jurídico Yun-Ki Lee e o ex-adjunto do departamento jurídico Fernando Perino.

Estadão
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