Análise: insistência de Abel com esquema improdutivo dá errado e Palmeiras paga preço na Libertadores
Abel afirmou que a 'molecada' não foi responsável, e sim a alteração sistemática
Por Felipe Leite
Na entrevista coletiva após a eliminação para o Boca Juniors, Abel Ferreira falou, e muito corretamente, que não há ninguém que convive mais com os jogadores do Palmeiras do que ele. A frase foi motivada por um questionamento sobre suposta teimosia com um esquema que contemplava Marcos Rocha e Mayke, juntos, como titulares.
Mas futebol, por vezes, é simples. O campo fala, grita. E, em todas as vezes, berrou o nome de Endrick. Depois da lesão de Dudu, ficou difícil justificar a ausência da joia alviverde no time titular. Depois da ida xeneize à final da Libertadores, mais ainda.
O Palmeiras, evidentemente, melhorou e muito no segundo tempo.
. Fato é que, com Endrick, Luís Guilherme e Kevin, o Verdão jogou muito mais.
Ah, a linha tênue entre convicção e teimosia.
A responsabilidade da temporada abaixo do esperado não é do português, e sim da diretoria, que não forneceu as peças necessárias ao seu comandante.
No jogo eliminatório, porém, a 'culpa' — se é que dá para usar esse termo — é, sim, de Abel.
Ainda que pese o anti-jogo do Boca Juniors e a conivência da arbitragem da Conmebol com a cera, o Palmeiras mereceu ser eliminado.
A insistência em Marcos Rocha e Mayke, juntos, eventualmente pagaria seu preço. Todos avisaram.
Deu no que deu. Agora é ver o que dá para buscar no Brasileirão.