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Como Leila Pereira se tornou a mulher mais poderosa do futebol brasileiro

Uma 'feminista light', como se define, empresária virou celebridade no meio de outros cartolas e mudou postura após desastrosa coletiva há um ano

23 nov 2024 - 12h10
(atualizado às 14h19)
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Investidora do Palmeiras, Leila pereira tenta a presidência do clube
Investidora do Palmeiras, Leila pereira tenta a presidência do clube
Foto: Divulgação|Palmeiras / Estadão

Não é fácil encontrar alguém que não conheça Leila Pereira. De desconhecida há uma década, a empresária de 60 anos passou a ser mulher mais poderosa do futebol brasileiro e a cartola mais conhecida do País graças à visibilidade que o Palmeiras lhe deu como patrocinadora e presidente. "O Palmeiras me tornou uma pessoa famosa", confirmou ela em entrevistas recentes.

Mas a maneira como se posiciona num meio predominantemente masculino, a assertividade em suas decisões e as declarações - muitas delas controversas - também trouxeram fama à dirigente que busca ser reeleita presidente e continuar no cargo mais importante do clube por mais três anos. Seu adversário no pleito é o advogado e conselheiro vitalício do clube Savério Orlandi.

Única presidente mulher entre os 20 clubes da Série A, a fluminense natural da pequena Cambuci furou a bolha do futebol e é conhecida até por quem não acompanha o Palmeiras. São muitos os convites, mensagens, ligações e pedidos feitos diariamente à presidente do Palmeiras, que se gaba de o time ter conquistado 32 títulos sob sua gestão, entre competições profissionais, da base e do feminino.

A principal executiva das empresas de seu marido, José Roberto Lamacchia, o homem responsável por lançá-la no mundo empresarial e com quem está casada há 40 anos, conquistou respeito no futebol, ambiente predominantemente masculino.

Jantar de R$ 500 mil

Leila é frequentemente questionada pela torcida e por parte dos conselheiros, que alegam haver conflito de interesses na administração da empresária, o que ela afirma não existir, e também pelas promessas não cumpridas, como a redução no valor dos ingressos. Outra acusação é de abuso de poder financeiro na campanha presidencial ao gastar o que o rival não tem para ser reeleita.

Os opositores afirmam ter havido falta de transparência na definição das regras eleitorais e dizem que Leila "usa a máquina" na disputa, com o trabalho de funcionários pagos pelo Palmeiras funções em sua campanha.

A candidata da situação gastou R$ 50 mil para montar um estande na sede social do clube, R$ 100 mil para alugar o ginásio para o show da banda Jota Quest, contratada para o aniversário de 60 anos da presidente, e R$ 20 mil para alugar duas vezes o restaurante no quinto andar do clube.

Leila em discurso a apoiadores durante jantar em que lançou sua candidatura
Leila em discurso a apoiadores durante jantar em que lançou sua candidatura
Foto: Ricardo Magatti/Estadão / Estadão

Leila organizou dois jantares - um no dia 6 e outro no dia 21 de novembro - para associados convidados a ouvirem suas propostas. Só no segundo jantar, o mais lotado, estiveram 1.523 pessoas. Havia fila para entrar. Era tanta gente que muitos saíram sem comer as pizzas oferecidas de graça pela presidente, além de cervejas, refrigerantes e sucos à vontade.

O restaurante no quinto andar do clube comporta cerca de 500 pessoas. Ficou completamente lotado e, como não havia mais espaço disponível, Leila decidiu ampliar o evento para o sexto andar e para o bar que fica no térreo. A estimativa é que ela tenha gastado R$ 500 mil apenas nesse segundo evento.

"O meu opositor nunca colocou um centavo aqui. O candidato da oposição não fez nada como diretor e agora diz que vai fazer", disparou a mandatária, em referência a Savério. No mesmo encontro, ela elencou os "presentes" aos associados, como a reforma do centro aquático, do playground e da quadra de tênis, disse defender o Palmeiras "contra tudo e contra todos" e afirmou ser uma "feminista light".

"Admiro todos e luto pelas mesmas oportunidades. Gosto e quero estar ao lado dos que me apoiam", afirmou, antes de ser aplaudida pelos apoiadores.

Estadão
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