Cruzeiro vence Palmeiras e abre vantagem na semifinal
Gol de Barcos no começo do jogo define vitória por 1 a 0 do time mineiro, no Allianz Parque
Pelo menos no primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil, o técnico Mano Menezes mostrou estar mais "copeiro" do que Luiz Felipe Scolari. O Cruzeiro bateu o Palmeiras nesta quarta-feira por 1 a 0, no Allianz Parque, ao conseguir um gol aos quatro minutos de partida e passar grande parte do tempo restante na defesa para segurar um resultado importante. No dia 26, no Mineirão, a equipe celeste precisa de um empate para ir à decisão.
Mano Menezes e Felipão travaram o duelo de comandantes com passagem pela seleção brasileira e reputação de especialistas em Copa do Brasil, competição vencida seis vezes pela dupla. O atual campeão do torneio levou a melhor sobre o adversário, que após 12 jogos teve o primeiro resultado insatisfatório. A derrota anterior, para o Cerro Porteño, pela Libertadores, valeu ao time a classificação.
O clima decisivo de semifinal entre os únicos clubes brasileiros que continuam vivos nas três competições esfriou um pouco antes do apito inicial. O Palmeiras havia preparado na arena um mosaico, com pedaços de papel nos assentos para os torcedores erguerem e formarem uma imagem. Porém, como alguns setores mais caros (com ingressos a R$ 350 e R$ 400) estavam vazios, o plano não deu certo.
Em um jogo com tantos ex-cruzeirenses do lado do Palmeiras e vice-versa, o resultado acabou construído por esses personagens. A torcida no Allianz Parque vaiou bastante o agora adversário Egídio e ainda viu logo no começo da partida o gol adversário vir pelos pés de dois ex-palmeirenses. Aos quatro minutos, o meia Robinho deixou Barcos livre para fazer.
O curioso foi que o gol saiu em um contra-ataque logo após Borja quase ter feito 1 a 0. O goleiro Fábio salvou. A desvantagem deixou o Palmeiras bastante apressado para logo empatar. Ainda no primeiro tempo foram dois chutes e uma bola na trave chutada por Willian, ex-Cruzeiro. O time não foi melhor porque errou muitos passes e prendeu demais a bola durante algumas tentativas.
O Cruzeiro quase fez o segundo antes do intervalo, em outro contra-ataque perigoso. Weverton evitou o gol de Arrascaeta. O susto foi a prova do quanto o Palmeiras estava mal em campo. Desorganizado para marcar e apressado para criar, a equipe via os mineiros atuarem tranquilamente, com disciplina tática e um panorama confortável para desfrutar da vantagem e aguardar o contra-ataque.
Com apenas 45 minutos restantes para reagir, Felipão resolveu no vestiário mudar o time. O volante Thiago Santos saiu para o meia Lucas Lima entrar e tentar melhorar os passes. Logo se viu que o problema do Palmeiras era outro. A equipe continuava muito afoita, sem pensar o jogo. O Cruzeiro se mantia organizado e só foi ter o primeiro susto aos 18 minutos. Quem finalizou foi o lateral Mayke, ex-cruzeirense.
A pressão palmeirense continuou morna até os 35 minutos. O ponto de virada foi o lateral Edílson ter levado amarelo por toque de mão e na sequência o vermelho por reclamação. Estar com um a mais fez o time se sentir ainda mais obrigado a conseguir marcar. De chance mesmo, só teve no fim um quase gol contra de Egídio e um chute na trave de Lucas Lima. O árbitro Wagner Reway ainda anulou um gol do time no último lance, gerando muita revolta por parte dos palmeirenses.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 0 X 1 CRUZEIRO
PALMEIRAS: Weverton; Mayke, Antonio Carlos, Edu Dracena e Diogo Barbosa; Thiago Santos (Lucas Lima), Bruno Henrique (Marcos Rocha) e Moisés; Willian, Dudu e Borja (Artur). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
CRUZEIRO: Fábio; Edílson, Dedé, Léo e Egídio; Henrique, Lucas Silva e Robinho (Bruno Silva); Thiago Neves, Arrascaeta (Rafinha) e Barcos (Raniel). Técnico: Mano Menezes.
Gol: Barcos, aos 4 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Thiago Santos, Léo, Dudu, Fábio, Edílson.
Cartão vermelho: Edílson.
Árbitro: Wagner Reway (MT).
Público: 32.960 pessoas.
Renda: R$ 2.732.380,98.
Local: Allianz Parque, em São Paulo.