Estudo de banco mostra quais torcidas de futebol mais gastam com os clubes no Brasil; Palmeiras lidera em transações
O levantamento considerou as transações realizadas com cartões de crédito que tenham relação com os clubes
O futebol move paixões, mas também o bolso dos brasileiros — e entre o sobe e desce da performance dos times nos diversos campeonatos, as torcidas movimentam a economia. Um estudo realizado pelo banco Itaú traz um panorama dos gastos dos torcedores dos principais clubes do país relacionados aos seus times: no primeiro semestre de 2023, Flamengo e Palmeiras lideraram o ranking de valor total gasto e número de compras, respectivamente.
O levantamento considerou as transações realizadas com cartões de crédito que tenham relação com os clubes - sócio-torcedor, compras no estádio (tanto de ingressos quanto de consumo), compras em lojas oficiais dos times e no site oficial. Os dados fazem parte do estudo Análise do Comportamento de Consumo, relatório que traz um panorama dos gastos dos brasileiros.
Neste caso, a análise foi feita com baste nas compras realizadas com cartões do Itaú e contemplam as transações realizadas no 1º semestre de 2023, na comparação com o mesmo período de 2022. Para delimitar os times analisados, foram considerados aqueles com as 15 maiores torcidas do país.
(Foto: Reprodução)
Como está o consumo dos torcedores?
Considerando os gastos abordados, o levantamento mostra que o futebol segue movimentando a economia: no 1º semestre de 2023, houve alta de 8% no valor transacionado em compras dos torcedores relacionadas aos clubes, e de 6% nas transações.
A geração Y — nascidos entre 1981 e 1996 — lidera o consumo, com 40% das transações. Ela é seguida pela geração X (nascidos entre 1965 e 1980), com 35%, babyboomers (nascidos entre 1946 e 1964), com 15%, e geração Z (nascidos entre 1997 e 2010), com 10%. Os mais velhos, entretanto, ainda têm um ticket médio maior, de R$ 142 — o mesmo da geração X. Já a geração Z gasta, em média, R$ 110 por transação.
Apesar da popularidade do futebol, os gastos relacionados aos times por seus torcedores ainda estão concentrados em quem tem maior renda: 48% do total transacionado no setor é feito por quem recebe acima de 10 salários mínimos mensais, e 41% das transações. Para comparação, quem recebe até 2 salários mensais alcança 10% do faturamento e 12% das transações.
Compras nos dias de jogos
Além do consumo relacionado aos clubes, o estudo também traz um olhar sobre as compras realizadas pelos torcedores nos dias de jogos dos seus times — mostrando como é o comportamento antes e depois das partidas.
Considerando o olhar nacional, as transações em geral estão concentradas antes. As compras nos próprios clubes lideram, com 20% do total; táxis e aplicativos de transporte representam 13%; a alimentação vem em seguida, com mercados, com 11%, fast foods, com 7,5%, e restaurantes, com 6,5%. Apenas 2% dos torcedores não realizam nenhuma transação antes dos jogos.
"Essa análise mostra que não só os segmentos relacionados a ir ao estádio ou acompanhar o jogo pela TV são movimentados nos dias de jogos, mas confirma um movimento de compra de ingressos nos dias das partidas", comenta o Moisés Nascimento, diretor de Dados e Analytics do Itaú.
Esse movimento é visto em todos os times, com destaque para alguns. Entre os que os torcedores mais compram nos próprios clubes antes dos jogos estão o São Paulo e o Fortaleza (em ambos, 36% dos torcedores que consumiram antes das partidas fizeram compras nos clubes), Palmeiras, com 29,6%, Santos, com 25%, e Flamengo e Grêmio, ambos com 24%.