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Ex-técnico do Palmeiras está em lista de manipulação na Série D
Estevam Soares, que comandou o Palmeiras em 2004, tem o nome citado em relatório do STJD sobre manipulação de resultado na Série D
O STJD finalizou o relatório que apura um esquema de manipulação envolvendo jogos da Patrocinense na Série D 2024. O documento, assinado pelo auditor Rodrigo Aiache Cordeiro, aponta o envolvimento de seis pessoas, incluindo o técnico Estevam Soares, ex-Palmeiras e então treinador da equipe mineira. Todos foram indiciados pela Polícia Federal. A informação é de Luís Fellipe Braga, do ge.
A investigação teve início a partir da Polícia Federal, após suspeitas de irregularidades no jogo entre Inter de Limeira (SP) e Patrocinense, em junho de 2024. A equipe paulista venceu por 3 a 0, com todos os gols no primeiro tempo. O técnico da equipe mineira na partida foi Estevam Soares, que aparece no relatório junto com o zagueiro Richard Sant Clair Silva (Richard Bala), o goleiro Felipe Gama Chaves, Rodolfo Santos de Abreu (Dodô), auxiliar técnico, Anderson Ibrahin Rocha, dirigente que assumiu gestão do futebol da Patrocinense na época; e Marcos Vinicius da Conceição, possível investidor.
De acordo com o auditor Rodrigo Aiche, os atos de Richard, Felipe, Estevam, Rodolfo e Anderson se enquadram no artigo 242 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Ele aponta como infração "atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende". A pena prevista no código é de multa de R$ 100 a R$ 100 mil e suspensão de 180 a 360 dias.
Anderson e Marcos Vinicius também devem responder pelo artigo 243, que torna ilegal "dar ou prometer vantagem indevida a membro de entidade desportiva, dirigente, técnico, atleta ou qualquer pessoa natural, para que, de qualquer modo, influencie o resultado de partida, prova ou equivalente". A pena também é de multa de R$ 100 a R$ 100 mil.
Próximo passo
O processo seguiu para a Procuradoria de Justiça Desportiva, que vai analisar o relatório. Os envolvidos aguardam possíveis denúncias e julgamentos com base no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
Participações dos envolvidos no caso
O auditor Rodrigo Aiache detalhou no relatório a participação de cada um dos envolvidos no esquema. De acordo com ele, Anderson Ibrahin Rocha, dono da empresa Air Golden, que firmou parceria com o Patrocinense em abril, "cooptava jogadores a atuar na manipulação de partidas". O envolvimento estaria confirmado devido à mensagens coletadas pela PF.
Já o zagueiro Richard Bala e goleiro Felipe Gama, que atuaram contra a Inter de Limeira, teriam 'ajudado' no resultado desfavorável para a Patrocinense. Enquanto o primeiro fez um gol contra, o segundo teria 'deixado' o adversário anotar o primeiro gol. Após o jogo, a diretoria da equipe mineira rompeu o contrato com a Air Golden.
Sobre Estevam Soares, que acabou demitido depois da partida, o envolvimento estaria ligado à escalação de Richard Bala a pedido de Anderson Ibrahin. O STJD afirma que trocas de mensagens revelam que o técnico tinha conhecimento do esquema. Auxiliar de Estevam, Dodô, além de ter conhecimento dos atos ilícitos, "teria ameaçado um dos atletas do Patrocinense para que contribuísse para a manipulação do resultado", segundo o relatório.
O relatório aponta Marcos Vinicius da Conceição como um dos investidores do esquema ilegal. Em uma troca de mensagens com Richard Bala, ele é chamado de 'chefe' pelo zagueiro. Inclusive, o jogador teria recebido de Marcos um celular e R$ 5 mil como uma contrapartida pela manipulação.
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