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Felipão pede mudanças no VAR e já mira título brasileiro

Técnico fala nos erros em Buenos Aires, vê méritos do Boca Juniors pelo empate e considera que o árbitro de vídeo precisa de ajustes

1 nov 2018 - 00h54
(atualizado às 07h42)
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Luiz Felipe Scolari considera que o Boca Juniors (ARG) foi melhor na partida de ida, em Buenos Aires, e por isso mereceu se classificar à final da Libertadores. Depois de perder na Bombonera por 2 a 0, o empate no Allianz Parque em 2 a 2 não foi suficiente para evitar queda diante de 40 mil torcedores. Agora, o técnico promete trabalhar para conquistar o único título que resta, o Brasileiro.

Luiz Felipe Scolari fala com Gustavo Schelotto, irmão de Guillermo (Foto: Luis Moura / WPP)
Luiz Felipe Scolari fala com Gustavo Schelotto, irmão de Guillermo (Foto: Luis Moura / WPP)
Foto: LANCE!

"Pressiona do jeito que vocês sabem (a eliminação). Uma equipe como o Palmeiras, com a capacidade que temos no nosso grupo, é pressionada a ganharr títulos e é isto que estamos fazendo. Pegamos uma equipe com grande qualificação, o Boca soube jogar, fez a diferença no marcador porque até os 38', 40' lá em Buenos Aires teve uma chance. É muito qualificada na hora de finalizar, está bem organizada pelo Guillermo Schelotto. Temos de reconhecer que eles foram superiores. É recuperar os jogadores e continuar trabalhando", analisou.

O Palmeiras chegou a abrir o placar no início da partida dessa quarta-feira, com Bruno Henrique, mas o lance acabou anulado pelo VAR, graças a um impedimento de Deyverson no início da jogada. Felipão considera que o árbitro de vídeo ainda precisa de alguns ajustes.

"Tem que continuar o VAR. Algumas adaptações vão ser feitas, quem é que manda no VAR afinal? O de dentro, o árbitro que vai ter que decidir. Algumas coisinhas que precisam ser ajustadas e depois disso acho que a coisa fica bem encaminhada. Não pode o de lá de dentro ser superior a quem apita o jogo. Eu acho isso. Hoje tivemos um lance fortuito que pedimos o VAR, acho que não ia dar em nada mesmo. Se o juiz não foi, é porque teve informação. Mas alguém precisa ser responsável e assumir, não ficar escondido. Se não fica muita coisa que a gente pode ter dúvida", acrescentou

Líder do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras tem quatro pontos de vantagem para o Flamengo restando sete rodadas a disputar. O próximo jogo será no sábado, contra o Santos, às 19h, no Allianz Parque.

Veja outros temas da entrevista de Felipão:

Como a eliminação influencia o treinador?

Eu estou acostumado a ganhar e perder, meu amigo. Tenho 30 e poucos anos de carreira, se não estivesse acostumado eu teria de trabalhar em outra coisa. Não tem gosto especial derrota ou vitória, são contingência de um jogo em que o Boca foi melhor lá, não hoje. Hoje tivemos muita qualidade em todo o tempo e não fizemos o resultado. No 2 a 1, tivemos a chance do 3 a 1 e não aconteceu. Eles tiveram a qualidade para empatar. Não estou preocupado com vitória, derrota, título. Tenho de trabalhar para ganhar, mas já tenho experiência e sou bem calejado.

Final argentina na Libertadores:

É justo, eles ganharam. São os melhores. Justiça no futebol não existe, muitas vezes um determinado lance faz uma diferença que não necessariamente é justo. Tomamos dois gols em quatro minutos no fim em Buenos Aires. Hoje seria diferente se fosse só um gol de diferença. E aqui estávamos bem e tomamos o gol. São ajustes. Gostei do trabalho da equipe do Boca, agora é um clássico argentino na final, vamos ver o que vai acontecer.

Palmeiras não ter perdido na primeira fase para eliminar o Boca:

Seria uma vergonha mundial, o Palmeiras ou qualquer outro time tem que jogar seu futebol e jogar para vencer, como o Palmeiras fez. Independente de quem fosse. Classificou com uma vitória o Boca, mas o Boca passou também por sua qualidade. Não passaria pela cabeça de qualquer técnico em fazer alguma coisa errada para o Boca sair na primeira fase. Não existe isso, na nossa profissão temos respeito e temos de ficar felizes porque o Boca foi superior a nós. Eles foram superiores, mostraram isso e palmas a eles.

Sequência de jogos:

Vínhamos jogando em etapa por etapa. Semifinal da Copa do Brasil, semifinal de Libertadores e agora seguimos pelos sete jogos do campeonato. Sabíamos que nas semifinais poderíamos passar ou não. É o que vamos trabalhar, não temos mais a Libertadores, faremos alguns ajustes na parte física, tempo de recuperação que não tínhamos antes, e vamos ver se melhoramos algumas coisas mais. É o que temos de fazer neste momento. Existe uma ferida no sentido de não conseguir, mas enfrentamos equipes qualificadas. É muito fácil para determinadas pessoas dizer que a equipe é isso ou aquilo. Não é tão fácil assim. Eles trabalham bem, perdemos, acabou. Vamos tentar trabalhar mais por um título.

Como agir com o VAR:

A gente vibra pelo gol e abaixa a mão porque alguém diz que estava (impedido). Se existiu, o VAR corrigiu, ok. Mas a gente vibra, a torcida vibra, não sabe o que vai acontecer. Algumas coisinhas devem ser ajustadas, e depois vai fluir normalmente. Hoje a gente não sabe se vibra. Quando o juiz coloca a mão no ouvido, para de vibrar, porque não sabe o que vai acontecer. Para quem está há 50 anos no futebol como eu, é se adaptar. Esperar que as coisas fluam normalmente.

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