Crefisa mostra força e Conselho do Palmeiras aprova contrato
Colegiado precisava avaliar ato do presidente Mauricio Galiotte
Em reunião na noite desta segunda-feira (20), o Conselho Deliberativo do Palmeiras aprovou os aditivos contratuais no contrato de patrocínio da Crefisa. Dos 279 conselheiros, 225 estiveram presentes, 141 votaram a favor, 67 se abstiveram e 17 deixaram o recinto antes da votação. A inexistência de votos contrários causou estranheza aos defensores da medida.
A votação aprova medida tomada em janeiro pela atual gestão do presidente Mauricio Galiotte, que, para atender determinação da Receita Federal, fez modificações no contrato de patrocínio da Crefisa fazendo com que o clube assumisse o compromisso de ressarcir a parceira em aproximadamente R$ 120 milhões, valor desembolsado pela empresa para adquirir reforços.
Ao final de julho, Galiotte solicitou a Seraphim Del Grande, presidente do Conselho Deliberativo, que marcasse uma reunião extraordinária para que o tema fosse "amplamente esclarecido, discutido e deliberado". O Conselho de Orientação e Fiscalização (COF), em sua maioria, é contra as modificações contratuais por entender que o presidente não tinha autonomia para decidir a situação por conta própria.
O COF já reprovou as contas do clube dos meses de janeiro, fevereiro e março. O órgão é contra as modificações contratuais, especialmente considerando o estatuto do clube, que prevê que o presidente possa solicitar um empréstimo de no máximo 10% da previsão orçamentária do clube, que em 2018 é de R$ 477 milhões.
A empresária Leila Pereira, conselheira e proprietária da Crefisa, já prestou esclarecimentos ao COF pessoalmente, mas o encontro foi infrutífero. Conforme a mesma previa, o caso seria aprovado em votação no Conselho Deliberativo, em clara demonstração de força da empresária e do grupo político de situação.
Antes da multa fiscal à Crefisa, o Palmeiras era obrigado a devolver o dinheiro somente se conseguisse vendas por igual ou maior valor, ficando ainda com o lucro. Com os aditivos, agora precisará pagar os R$ 120 milhões (corrigidos pelo índice do CDI, um dos menores do mercado), independentemente da quantia que obtiver com as vendas dos atletas.