Organizada se cala em protesto; torcedores vaiam Valdivia
A estreia do Palmeiras no Campeonato Brasileiro, em jogo contra o Atlético-MG, neste sábado, teve ato ecumênico, com padre, pastor e pedido de casamento feito por um sócio-torcedor no meio do campo no intervalo. Mas o ambiente esteve longe de ser pacífico. A principal organizada do clube, optou por não cantar em protesto aos preços dos ingressos, enquanto quem não se calou acabou vaiando Valdivia.
A organizada, que costuma criticar Valdivia, preferiu se dirigir ao presidente Paulo Nobre, mas sem abrir a boca. A organizada vem usando redes sociais e faixas para mostrar sua indignação contra o preço dos ingressos e o aumento na mensalidade para sócios-torcedores. A atitude neste sábado foi ficar completamente calada durante o jogo inteiro.
Os outros torcedores não perdoaram a organizada. Assim que Jô fez gol aos 40min do segundo tempo, os setores que não tinham ninguém da uniformizada dirigiram-se à área chamada de Gol Norte para gritar "Ei, Mancha, vai tomar no c...". Logo depois, entoaram o hino palmeirense. Os xingamentos e vibração aumentaram após Rafael Marques evitar a derrota.
Também não houve perdão a Valdivia. O chileno tem contrato até agosto, fez apenas seu sexto jogo no ano neste sábado, desfalcou o time na primeira final do Paulista por dor no joelho esquerda e deve ser liberado nas próximas semanas para defender seu país na Copa América. A torcida não perdoou mais uma atuação apática do jogador mais caro do elenco e o vaiou intensamente ao ser substituído, aos 14min do segundo tempo.
Pela primeira vez, o camisa 10 foi titular em dois jogos seguidos na temporada, e pouco contribuiu. Fez três finalizações defendidas pelo goleiro Victor, único titular do Atlético-MG nesta noite, ainda no primeiro tempo, sem contribuir em nada em uma noite quase sem inspiração da equipe.
Valdivia não aceita o modelo de produtividade (salário maior de acordo com a frequência), já criticou publicamente o diretor de futebol Alexandre Mattos e não gostou da primeira oferta do clube (cerca de 25% do salário atual como valor fixo e aproximadamente metade do ganha atualmente se atuar em todos os jogos do mês). Agora, sem o apoio da torcida, fica mais provável o chileno deixar de ser o jogador mais caro do elenco ao fim de seu contrato, em agosto.