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Palmeiras busca seu 25º título paulista, e Água Santa persegue conquista para mudar de patamar

Surpresa na decisão, time de Diadema e o atual campeão começam a decidir o Estadual neste domingo, em Barueri

2 abr 2023 - 05h11
(atualizado às 10h27)
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Depois de cinco anos, o título do Paulistão não será decidido entre os quatro grandes clubes do Estado. Surpresa na final, o Água Santa desafia o atual campeão Palmeiras, presente na decisão do torneio pela quarta vez consecutiva. Os dois fazem o primeiro duelo neste domingo, às 16h, na Arena Barueri.

A finalíssima está marcada para o dia 9, também um domingo, no Allianz Parque. O Palmeiras decidirá o título em sua casa porque fez a melhor campanha do torneio. Não há, porém, vantagem em campo. Em caso de empate nos dois jogos, a decisão será definida nos pênaltis.

Palmeiras e Água Santa se enfrentaram pela primeira vez na história no dia 27 de março de 2016. Aquele jogo, mal sabia o torcedor palmeirense à época, mudaria a rota do time, que meses depois sagrou-se campeão brasileiro.

Uma goleada do time de Diadema por 4 a 1 fez nascer uma crise no time então comandado por Cuca. Para muitos, aquela partida em Presidente Prudente foi um dos maiores vexames recentes do Palmeiras. O atropelo, porém, serviu como ponto de virada para a equipe que hoje é protagonista no País e no continente.

Da várzea à final

Algoz de São Paulo e Bragantino no mata-mata, o Água Santa busca uma conquista inédita que mudaria o seu patamar. O time, nascido na várzea, se profissionalizou há pouco tempo, em 2011. A conquista, entende o presidente do clube, Paulo Korek Farias, pode ser importante para derrubar o boato que associa a equipe ao PCC, facção criminosa de São Paulo.

"Eu entendi que chegou a hora, agora que a gente está tendo visibilidade, de acabar com esse preconceito. É um time humilde, sim. É um time que vem de uma cidade carente, sim. Mas é um time com muito trabalho e muita honestidade. Não é à toa que a gente está aí na final do Campeonato Paulista", afirmara Farias ao Estadão.

O Palmeiras quer o 25º título paulista de sua história. Caso o conquiste, será o terceiro em quatro edições, confirmando a hegemonia da equipe no Estado. O favoritismo é assumido pelo técnico Abel Ferreira, mas não vai reverberar em campo.

"O favoritismo nos dá zero ponto, zero vitória e zero título. Meu trabalho é com os jogadores em campo", afirmou o português, na iminência de comandar o time em sua 11ª final, marca que o fez superar o recorde de Luiz Felipe Scolari. "A única obrigação do Palmeiras é dar o seu melhor para vencer".

Os dois jogos com o Palmeiras serão os últimos do Água Santa em 2023. Como não compete em nenhuma das quatro divisões nacionais, o clube passa o restante da temporada sem atividades oficiais - em 2024, jogará a Série D do Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.

"O Água Santa viveu muito mais do que sonhávamos nesta competição. Vamos competir de forma digna as duas finais do Campeonato Paulista", avisou o técnico Thiago Carpini, que fará um intercâmbio na Europa no segundo semestre.

Como o calendário nacional parou em razão da última Data Fifa, os times tiveram duas semanas livres para se preparar para a decisão. O Palmeiras, porém, encara uma maratona de jogos, com o início da Libertadores e da terceira fase da Copa do Brasil, e não terá mais o meio da semana livre.

A dúvida de Abel é no ataque. Breno Lopes, Endrick e Giovani brigam por uma vaga, aberta com a lesão de Bruno Tabata. A tendência é de que o primeiro seja o titular. "Não temos 11 titulares, temos um grupo que trabalha e compete. Olho sempre para a nossa forma de atacar e defender", limitou-se a dizer Abel sobre a escalação.

Pioneira no apito

Edina Alves Batista se tornará, no domingo, a primeira mulher a apitar uma decisão de Campeonato Paulista. A árbitra comanda a primeira partida e o juiz Raphael Claus apita o segundo e decisivo jogo. Dois dias antes da final, ela citou a representatividade da conquista para outras mulheres.

"Essa final não chegou de graça na minha mão, é uma conquista de todos que trabalharam comigo. Não fui só eu, foi a minha comissão que me ajudou em todos os jogos, ninguém está me dando isso de presente, eu conquistei, mas também há pessoas que ajudaram o seu trabalho", disse a árbitra em coletiva. "Estou aqui por capacidade", enfatizou.

ÁGUA SANTA X PALMEIRAS

ÁGUA SANTA: Ygor Vinhas; Reginaldo, Didi, Marcondes e Gabriel Inocêncio; Thiaguinho, Igor Henrique e Luan Dias; Tocantins, Bruno Xavier e Mezenga. Técnico: Thiago Carpini.

PALMEIRAS: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Zé Rafael, Gabriel Menino e Raphael Veiga; Dudu, Breno Lopes (Endrick) e Rony. Técnico: Abel Ferreira.

Árbitra: Edina Alves Batista

Horário: 16h.

Local: Arena Barueri

Transmissão: Paulistão Play, Youtube, Premiere, Record TV, HBO Max.

Estadão
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