Palmeiras dribla 'espanholização' do futebol brasileiro
Clube conquista dois títulos em dois anos mesmo com menos verba de televisão que Flamengo e Corinthians
Com dois títulos do Brasileiro em três anos, o Palmeiras demonstrou que a ‘espanholização’ do futebol nacional não está vingando, pelo menos por enquanto. A expressão ganhou força nos anos 2010 após contratos mais robustos firmados com a dupla Flamengo-Corinthians pela venda dos direitos de transmissão de seus jogos na competição.
Dirigentes de vários outros clubes protestaram – e ainda protestam – contra o que classificam de ‘espanholização’ no Brasil. Um modo de dizer que o País estaria privilegiando apenas dois de seus gigantes (Fla e Corinthians) em detrimento dos demais. A referência aponta para a mesmice do Campeonato Espanhol, que teve Barcelona ou Real Madrid como campeões em 25 das suas últimas 30 edições.
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Uma das vozes mais eloquentes contra o eventual privilégio aos dois clubes de maior torcida do País sempre foi a de Eurico Miranda, ex-presidente do Vasco. Ele fez a ‘denúncia’ várias vezes e até levou a Globo, que detém os direitos de transmissão do Brasileiro, a se defender, negando que estivesse investindo numa elitização extra do futebol nacional.
Santos, Fluminense, Cruzeiro, São Paulo, Atlético-MG e o próprio Palmeiras, por meio de seus representantes legais, também já haviam manifestado desconforto com a possibilidade de uma ‘espanholização’ no Brasileiro. Mas, com o 10º título do campeonato obtido pelo Palmeiras nesse domingo (25), o assunto deve ficar em banho-maria nos próximos meses.
Até porque o ano de 2018 mostrou que o Corinthians seguiu em caminho oposto no Brasileiro, lutando até as últimas rodadas contra o rebaixamento. No caso do Flamengo, o que houve foi o uso indevido de recursos em contratações que pouco acrescentaram à equipe.